2014: Uma Espécie de Best Of
2015 já vai forte. Os “Best of 2014” dignos deste nome já foram publicados, portanto não espere um artigo de alta credibilidade e sentido artístico. Espere antes uma retrospectiva de um 2014 cheio, de um 2014 rico, na perspectiva de mais um blogger, sem ordens ou classificações, sem nacionalidades ou géneros predilectos.
SOHN ainda toca no meu leitor, soa com a mesma força de há nove meses atrás. Tremors, editado em Abril, é algo de extraordinário. Da primeira à última faixa sente-se uma coesão fantástica, uma espécie de uma impossível leveza e profundidade simultâneas. A batida forte e os sons sintetizados são denominador comum em todo o álbum, colmatados com uma construção, arranjos e vocais que inspiram uma infinidade de emoções.
Depois de 2, LP de estreia, Salad Days veio confirmar o génio de Mac DeMarco. Num álbum muito likable, num estilo muito próprio e difícil de rotular, o músico e produtor canadiano leva-nos a passear pelos anos 90, com todo o grafismo do álbum e até indumentária dos seus músicos a fazerem lembrar a controversa década. A influência musical dos nineties é também muito evidente em DeMarco, algo mais que natural visto que o génio aparece-nos com apenas 24 anos.
Mantemo-nos no Canadá e vamos fazer uma visita a Daniel Victor Snaith, sob o alter ego de Caribou na forma de LP, Our Love. Depois de Swim, editado em 2010, as expectativas eram as maiores possíveis e sim, foram atingidas na perfeição. Com uma espécie de electrónica experimental de difícil digestão, este é daqueles álbuns que necessita de respirar, de amadurecer nos nossos ouvidos. Depois de entrar no nosso coração, Our Love dificilmente sairá.
Seguindo no roteiro de 2014, caímos em algo completamente diferente. Dead Combo e A Bunch of Meninos chegam-nos na mão de Tó Trips e Pedro Gonçalves e encantam-nos à primeira audição. A dupla portuguesa consegue fazer o que poucos conseguem, consegue transmitir a mais pura das mensagens sem recorrer a uma única palavra. O eco das fantásticas guitarras é suficiente para nos transportar, para nos levar a viajar até ao infinito.
É também por terras lusas que podemos encontrar Safari Entrepreneur, assinado pelos MAU. Coesão fora do normal, arranjos fantásticos, música que nos transporta para outra dimensão, música que nos faz sentir. Melhor que Safari Entrepreneur só mesmo a sua interpretação ao vivo, com uma intensidade tremenda e com algo mais, algo que nos agarra durante toda a actuação, algo que completa o trabalho de estúdio, algo que nos faz desesperar por mais.
Foi um ano fantástico, repleto de boa música e repleto de Álbuns que provavelmente mereciam estar nesta espécie de Best Of e não estão. Bem disse que este não era um verdadeiro Best Of, mas fica uma ideia do fantástico ano que passou.
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