Quem disse que rock e sapateado não combinam?
Les Crazy Coconuts são Adriana Jaulino, (sapateado, vozes de apoio), Gil Jerónimo (voz, teclas, guitarras, sintetizadores), Tiago Domingues (bateria) e, recentemente, Hugo Domingues, no baixo.
O nome da banda não podia estar mais de acordo com aquilo que apresentam. O álbum surge como uma verdadeira salada russa musical onde se conseguem distinguir elementos de indie rock, pop ou até mesmo uns pozinhos de jazz aqui e ali. Foi isso mesmo que a banda quis desde o começo. Não interessam os estilos ou géneros, o que interessa é que soe bem. Como descrito na press release de antecipação do disco “A ideia inicial era fazer uma banda que fizesse canções sem preocupação de estilos. Até podia haver kuduro progressivo ou metal com ferrinhos, se soasse bem (…) Se recuarmos às décadas de trinta e quarenta dos Estados Unidos podemos constatar que foram os anos dourados, tanto do sapateado como da rádio, e se há coisa que os Les Crazy Coconuts gostam é de descobrir música nova.” De facto, o sapateado e as samples de programas de rádio aparecem em vários momentos do disco. Em “Les Crazy Coconuts”, a qualidade demonstrada é de tal forma marcante que o álbum segue um fio condutor não deixando o ouvinte perdido perante a panóplia sonora deste trio de Leiria. O som dos Coconuts é simples e doce na sua génese, mas complexo e viciante no conceito. Há muitos momentos em que queremos dançar, outros mais introspectivos e outros em que sabe-se lá o que apetece. Mas que é bom lá isso é. É um disco que nos pega ao colo e leva-nos numa viagem sem pausas até um lugar onde queremos voltar vezes sem conta. Suave, direto q.b. e muito bem produzido por Paulo Mouta Pereira, nunca nos fartamos de ouvir esta rodela que estará, certamente, entre os melhores discos do ano para muita gente. Destaques especiais para “Speed Shoes” e “My Self”, esta última apresentando uma melodia criada pelas teclas que fica no ouvido durante todo o dia. Realce final para a prestação de Adriana Jaulino a qual abrilhanta, principalmente no conceito associado aos concertos da banda, com o seu sapateado e uma beleza que não deixa ninguém indiferente.
Les Crazy Coconuts pegaram em vários ingredientes que, à partida, poderiam não casar, e atreveram-se a apresentar ao público algo que não deixará ninguém indiferente para quem gosta de boa música, seja ela de que estilo/género for. Atrevam-se a experimentar e depois digam-me se não tenho razão.
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Percurso com distinções e grandes palcos
Os leirienses Les Crazy Coconuts não são propriamente novatos nestas lides da música. Depois da estreia na compilação “Leiria Calling”, também da Omnichord, já foram aclamados pelo júri do Festival Termómetro como melhor formação de 2014, e pela Antena 3 como uma das melhores três melhores bandas nacionais no Concurso Nacional de Bandas. Também já andaram pelos palcos de festivais conceituados como o NOS ALIVE, Paredes de Coura, Indie Musc Fest ou o espanhol Monkey Week
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