Estreia de Grand Sun com “The Plastic People of the Universe”


Grand Sun acabam de lançar “The Plastic People of the Universe”, o primeiro disco da banda, em formato EP, com cinco canções bonitas, maduras e consistentes. Embora haja uma linha comum que une as canções ao longo do disco, cada uma remete para um universo diferente, com referências distintas.

Se “Go Home” apresenta uma pop luminosa, hipnótica e mágica, que vai buscar parte da sua energia aos anos sessenta, no período de que viu nascer clássicos como “Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band” e “Pet Sounds” – para citar os dois mais óbvios – “Flowers” podia ter sido uma criação da fase inicial de Fleet Foxes, por exemplo.

O início de “The Clown” remete-me para uma sonoridade próxima daquela que Tom Waits imprimiu no seu primeiro álbum. Imagino um bar, numa cave escura, já perto do nascer do sol, com o músico ao piano a tocar apenas para o barman, já a limpar e arrumar os copos, e para o último cliente que já deitou a cabeça no balcão, à espera que o acordem para enfrentar o dia.

A banda assume que o disco fala de “personagens peculiares” e que “todos somos retrados, de certa forma”. Não sei se a intenção era esta, ou não, mas quando os Grand Sun se referem a “pessoas de plástico do universo” é impossível não encontrar aqui uma crítica ao mundo em que vivemos, em que as aparências são tão valorizadas, em que cada um cria a sua personagem de “plástico” que vive uma vida paralela nas redes sociais.

“The Plastic People of the Universe” está disponível em CD, mas também pode ser ouvido de forma gratuita no Bandcamp e nas plataformas digitais.


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