“Leva-me a Dançar” será recordada como uma das melhores canções de 2018. O single de Joana Espadinha – então uma perfeita desconhecida – capta a atenção ao primeiro segundo. E como qualquer grande canção pop, faz-nos querer ouvir do princípio vezes sem conta. Dou por mim a lamentar o facto de a rádio ainda não ter um sistema como a televisão por cabo, que permite recuar na emissão. Felizmente, (pelo menos) a Antena 3 apostou muito neste tema e rodou-o sem cerimónias.

Foi preciso esperar seis meses para, em pleno verão, voltar a ter notícias de Joana Espadinha. “Pensa Bem”, um tema luminoso, leve e viciante, confirmou que havia razões para esperar com muito atenção as restantes canções de um futuro álbum.

Foi preciso esperar mais três meses para, finalmente, conhecer “O Material Tem Sempre Razão”, o álbum que marca a nova vida de Joana Espadinha, que afinal não é uma novata, e que não está, certamente, de passagem.

Nova vida, porque houve uma “vida” anterior. Joana Espadinha tem formação no jazz, e lançou o seu primeiro álbum em 2014: “Avesso”. Um álbum que, embora já demonstre uma procura por melodias pop, se sustenta numa armação e numa sonoridade mais clássica, com músicos com formação jazz. “Avesso” pode ganhar agora um nova vida, e beneficiar com a chegada de Joana Espadinha ao grande público.

Mas afinal, o que é que mudou entre o álbum de 2014 e 2018? Joana Espadinha terá mudado certamente, como qualquer pessoa muda em quatro anos. Mas a aposta em Benjamim (Luís Nunes) para produzir o álbum foi provalmente o empurrão que faltava às composições de Joana Espadinha para se tornarem grandes canções pop, que serão recordadas por muitos anos.

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