“Innuendo”: o espetáculo tem que continuar
“Não vou ser uma estrela de rock. Vou ser uma lenda!”. Foi Freddie Mercury que fez esta antevisão acerca de si próprio. Fez, no final de 2019, 28 anos desde que Mercury deixou este mundo, mas essa lenda continua viva, tal o legado que nos deixou. Hoje quero recordar o último álbum lançado pelos Queen com Mercury ainda vivo: “Innuendo” (1991).
Não é o disco dos Queen mais aclamado pela crítica. Confesso que não consigo perceber porquê. Nestas coisas, tento deixar as emoções à parte, e mesmo fazendo este exercício, continuo sem perceber essa teima.
O tema de abertura, o homónimo “Innuendo”, é uma peça épica. Possivelmente o nome não vos diz muito, mas talvez seja suficiente referir que é o tema do anúncio de um determinado whisky: “You can be everything you want to be…”. Neste tema, ao talento dos quatro Queen juntou-se a mestria de Steve Howe (Yes) na guitarra clássica.
“These Are the Days of Our Lives” é uma magnífica balada, num tom autobiográfico, que tem a particularidade de ter sido no videoclipe desta canção que Mercury apareceu pela última vez neste formato, já em fase adiantada da sua doença.
Além de outros ‘singles’, como “Headlong”, “I’m Going Slightly Mad”, o disco traz-nos ainda o enérgico “Ride the Wild Wind”, que nos faz sentir mesmo a conduzir o vento. “Delilah” é uma divertida e sentida homenagem de Mercury, à sua grande companheira, a sua gatinha chamada… Delilah!
É um grande disco, onde se nota uma banda unida, coesa e sábia. E o álbum acaba como começou, épico, com “The Show Must Go On”.Estava no top em Portugal aquando da morte de Mercury. É o corolário da filosofia de Freddie, que insistiu em gravar e deixar o máximo de obra feita, para ser terminada depois. Isso resultou em novo disco… mas isso já é outro artigo.
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Foto: © Direitos Reservados
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