“A Maré de Agosto ainda não acabou, mas já temos saudades”
“Aprende a nadar companheiro, que a maré se vai levantar”, cantava Sérgio Godinho. A maré levantou, como sempre, e trouxe à praia formosa mais uma noite de festa, boa música e muita diversão.
“O homem dos sete instrumentos” só cantou, mas claro que encantou quem passou no palco à beira mar plantado. Acompanhado da sua fantástica banda e munido da sua inconfundível voz, Sérgio Godinho mostrou aquilo que é óbvio em todos os seus álbuns: não é uma carreira de mais de quarenta anos e repleta de grandes êxitos que o faz parar de evoluir e manter-se sempre actual. Prova disso foi a participação de Capicua, que levou um dos seus muito prováveis ídolos a cantar a sua música. Vayorkane foi a escolhida e verdade seja dita, o êxito de Capicua nas mãos da banda de Godinho ganha outra vida. Durante a espetacular actuação houve também tempo para a música de revolução de Zeca Afonso, para o público cantar em uníssono, para o músico portuense mostrar que está cá para ficar.
Regredindo umas horas no tempo, no palco maré estava em cena algo único: oito jovens em vestes catitas faziam música a partir dos objectos mais improváveis. Tubos, baldes e até vassouras serviam para tocar versões de músicas conhecidas de todo o público, onde a língua original era substituída por um estranho dialecto que só os Crassh entendem. Mas Crassh não é só música, é muito mais que isso. É teatralidade, é humor, é pura diversão. Correndo o risco de falhar na ortografia, e com medo que aqueles rapazes só entendam o seu dialecto, deixamos aqui uma palavra de agradecimento à banda: Sêravá, Crassh!
Para fechar mais uma grande noite havia Koza Mostra, a banda que obteve a melhor participação de sempre da Grécia no Festival da Eurovisão da Canção. Estes rapazes, vestidos com kilts e com uma energia contagiante, não fazem a música que habitualmente se vê no concurso televisivo. Aqui toca-se rock, ska, punk e música dos Balcãs, numa mistura explosiva e capaz de fazer qualquer um dançar. Se o concerto pecou em parte pela sua monotonia, ganhou muito na sua energia, na sua originalidade e acima de tudo na sua capacidade de divertir todos os festivaleiros ali presentes.
Hoje é dia de visitar a baía de São Lourenço, uma das mais emblemáticas da ilha do sol. E enquanto estendemos a toalha e nos preparamos para “provar” este fantástico mar, chegamos a uma grande conclusão: a Maré de Agosto ainda não acabou, mas já temos saudades.
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Fotografias: Direitos reservados
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