A subida ao céu do Tremor na Estufa com Mr. Gallini
A multidão que ali se juntava suscitava a curiosidade de quem passava. Uma longa fila dos mais acérrimos fãs do Tremor esperava a sua vez, depois de já ter embarcado na aventura de uma (pequena) viagem de autocarro sem destino. Após a passagem pelas portas giratórias a fila continuava até um elevador onde, seis a seis, subiam os curiosos em direcção ao céu – era a passagem para o primeiro Tremor na Estufa de 2017.
O mar e a serra do fogo fundiam-se ao fundo, com a cidade a seus pés. Enquadrado pelo som do embater das ondas no molhe do porto, o terraço do Vila Nova Hotel adivinhava-se o local perfeito para o tão aguardado concerto surpresa. Calça justa e meia branca, fartas patilhas e um audaz casaco de ganga faziam jus a Mr. Gallini, o homem que vinha fazer a festa, lançar os foguetes e, se necessário fosse, até recolhê-los.
Guitarra em punho, pandeireta colada ao pé, garganta afinada e um sentido de humor apurado trouxeram um rock ligeiro, divertido, despretensioso e totalmente adequado ao momento. Final de tarde de copo na mão, de vista desafogada e até de dois dedos de conversa não podiam ter melhor companhia do que o “one man show” de Mr. Gallini – o homem que promete regressar ao tremor já este sábado, mas na bateria dos Stone Dead.
© Carlos Cabral de Melo | Tremor
Circuit des Yeux em noite intimista no Auditório Luís de Camões
No meio da escuridão dois focos de luz encarnada iluminavam o palco. A presença de uma bateria e uma guitarra acompanhada de um microfone solitário fazia antever um espetáculo intimista num Auditório Luís de Camões lotado. Intimista, intenso, impactante, mas simultaneamente delicado e cuidado, profundo e até hipnótico. A voz peculiar de Haley Fohr em consonância com as batidas vibrantes e os seus samples cósmicos transformaram o auditório numa experiência fantasmagórica, psicadélica. Não será, de todo, novidade na vida dos Circuit des Yeux, já que Fohr descreveu a sua experiência nos Açores em qualquer coisa como “Extremely psichadelic experience”. Psicadélico ou não – pouco importa – o que fica é a memória de mais um espetáculo marcante no Tremor #4.
© Carlos Brum Melo | Tremor
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Foto de destaque: © Carlos Brum Melo | Tremor
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