Agulha de Vinil: Dream Theater – Six Degrees Of Inner Turbulence


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Os Dream Theater há muito que são uma das minhas bandas de eleição. A minha admiração pela banda não foi contudo, constante. Desde sempre percebi o potencial dos seus músicos, e partindo sempre desse facto, talvez o meu grau de exigência enquanto ouvinte e admirador tenha sido continuamente maior. Tendo acompanhado de perto a sua evolução desde os primórdios, e numa altura em que os Dream Theater já tinham lançado grandes trabalhos, surge em 2002 o álbum da minha total resignação: Six Degrees of Inner Turbulence.

Indo por partes, o álbum está dividido em dois discos. De uma forma básica diria que o primeiro disco engloba uma música arremetida para um hard rock obscuro, progressivo e o segundo disco, mais épico e continuado em que por vezes parece que estamos a ouvir uma orquestra e não uma banda de rock/metal. No primeiro, 5 faixas começando com “The Glass Prison” que por si só também está dividido em três partes, I. “Reflection”, II. “Restoration” e III. “Revelation”. Ficaríamos por aí na questão das divisões caso Mike Portnoy não tivesse decidido dividir estas três partes da primeira parte em doze. Todas estas divisões numa faixa de 13:52 minutos. Para Portnoy, as doze partes representam os doze passos da reabilitação de um programa dos Alcoólicos Anónimos, da qual o baterista fez parte. Passamos então à faixa dois, “Blind Faith”, uma das minhas músicas preferidas dos Dream Theater, o que nos deixa um pouco na mesma quando explico que devo ter umas trinta músicas preferidas desta banda. “Misunderstood”, tema de 9:34, reporta-nos para um trabalho mais compassado, e de seguida, em “The Great Debate”, Portnoy mostra a sua unicidade enquanto baterista. Aqui afirmo com toda a certeza que não há mais nenhum baterista no mundo que toque esta música daquela maneira. Finalizando o primeiro disco, temos uma balada, “Disappear”, o tema mais curto do primeiro disco, diria que diferente de tudo o que a banda tem feito, como que a finalizar a primeira parte e a preparar-nos para o trabalho épico do segundo disco.

O segundo disco é composto apenas por um tema, “Six Degrees of Inner Turbulence”, que deu o nome ao álbum. São 42 minutos de música composta por um trabalho magistral, que se encontra dividido em oito partes, sendo elas as seguintes: I. “Overture”, II. “About to Crash”, III. “War Inside My Head”, IV. “The Test That Stumped Them All”, V. “Goodnight Kiss”, VI. “Solitary Shell”, VII. “About to Crash” (Reprise) e VIII. “Losing Time / Grand Finale”. Neste álbum são abordados temas complexos como o auto-isolamento ou problemas mentais. Jordan Rudess, que se tinha juntado à banda em 1998, em grande destaque neste disco, delicia-nos com os seus teclados melódicos e John Petrucci, um dos fundadores da banda, mostra porque é um dos melhores guitarristas do mundo, fazendo transições entre estilos com uma naturalidade suprema (ouça-se a Solitary Shell).

Este álbum é a resposta dos Dream Theater para todos os que dizem que a banda só dá preeminência a questões  técnicas e nada ao sentimento. Pelo menos para mim, calou-me. De resto, aplaudir os Dream Theater como banda, tecnicamente irrepreensível pelos grandiosos músicos que tem, e que não se cingindo a esse facto, vem conseguindo desenvolver álbuns cheios de histórias e emoções, com letras profundas e temas complexos, e acima de tudo, com música a valer, daquela que fica para a posteridade.