Agulha de Vinil: Joanna Newsom – Ao som da harpa mágica
Harpista, pianista, compositora e possuidora de uma voz que gera controvérsias. Sem meios termos. Diferente, acima de tudo, e com um estilo único, esta artista norte-americana, Joanna Newsom de seu nome, interpreta uma música folk, com influências do jazz ao blues, do medieval ao clássico. Cada canção representa uma viagem sem precedentes generiek onde as suas letras poéticas nos transportam para mundos que apesar de estarem liricamente fundidos numa realidade palpável vão destoar numa musicalidade quimérica, com uma harmonia perfeita.
Lançou o seu primeiro álbum em 1994, chamado The Milk-Eyed Mender com a música Sprout and the Bean, que então a lançou no mercado musical. Em 2006, Ys, com apenas 5 temas, foi o seu trabalho mais complexo, fazendo-se acompanhar por uma orquestra inteira. Temas como “Emily” compõem uma música paradoxal por quase se ver envolvida num delírio e ao mesmo tempo possuir uma graciosidade tal que os 12 min que completam a música (“Emily”) terminam sem se dar por isso com uma harpa tocada com um equilíbrio de deleite. O seu último álbum, Have One On Me, com 3 discos de 6 faixas cada um, define-se como o álbum mais versátil, com influências jazzísticas e uma diversidade imensa de instrumentos musicais, desde o cravo, o clarinete, o bandolim e o banjo.
É difícil definir esta artista e a sua música. Pessoalmente sei que não consegui. Talvez o melhor seja mesmo ouvi-la, acredito que cada um poderá tirar conclusões bastante distintas. Para mim, é difícil dizer o que tem de melhor, se a sua complexidade de letras metafísicas, se a sua voz única, ou se a maneira como faz uma busca pela melodia certa com a sua harpa – e consegue aliar essa procura a um estado final gracioso, de uma natureza quase pueril, inocente e genuína.