Agulha de Vinil: Sentir no ar a melodia etérea


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Oriundos de Queluz, André Henriques na guitarra e voz , Hélio Morais na bateria, Pedro Geraldes na guitarra e Cláudia Guerreiro no baixo, os Linda Martini (nome de uma amiga italiana que ainda hoje parece não acreditar que criaram uma banda com o seu primeiro e último nome) trouxeram uma lufada de ar fresco para o panorama musical português, quando em 2006 lançaram o álbum Olhos de Mongol (referência que a banda vai buscar a uma expressão do escritor americano Henry Millerpara descrever a empatia que existe quando há uma energia no olhar que ocorre quando se conhece uma pessoa pela primeira vez), conjugando à ribalta a afamada canção, “Amor combate”, que os passaria a definir a partir dali, marcando uma posição nas raízes do rock na cena hardcore. Mas outros temas como “Estuque”, “Partir para ficar” e “Cronógrafo” ampliavam uma riqueza de sinergias intensas, aliadas a letras melancólicas, das que parecem que foram escritas pela noite dentro quando a razão se deixa vencer e  o resultado nem importa a não ser que seja uma música despretensiosa, aliada a riffs carregados e emoções intrincadas.

Em 2008, lançaram um novo EP com seis temas novos, Marsupial, talvez mais experimental, sempre descomprometido, com o tema “As putas dançam slows”.  Os seus últimos trabalhos foram o segundo álbum em 2010, Casa Ocupada, com músicas como “Amigos Mortais” ou “Elevador”, e em 2012 editaram um vinil (sim, um vinil!) juntamente com o guitarrista Rui Carvalho (Filho da Mãe), com dois temas, no lado A, “Vaca Velha” e no lado B, “Crocodilo”. É o surgir do “admirável mundo novo”, desta vez não de Huxley, mas de uma nova geração de música portuguesa numa corda bamba entre uma aceitação geral que tarda em vir e uma deslembrança que já não vem.

Perspetiva-se o lançamento de um terceiro álbum este ano, que espero venha a consolidar os Linda Martini como uma banda a ter como referência, uma banda que, como eles próprios dizem em “O amor é não haver polícia”, nos faça sentir “no ar a melodia etérea. É a nossa música.
Cantamos e dançamos como se fosse a última vez, o
último olhar, o último toque, o último beijo.”

Os portugueses são criativos, estão cheios de musicalidade e por vezes conseguem um resultado de coisas diferentes, e também, como o seu fado, coisas muito belas.