“Blues of Desperation”: um hino ao blues moderno
Joe Bonamassa é, provavelmente, um dos guitarristas mais prolíficos dos últimos anos dentro do blues/rock. O seu novíssimo álbum, “Blues of Desperation”, é mais uma prova cabal do seu currículo invejável. Tanto os amantes de blues como de hard rock terão motivos suficientes para apreciar este álbum.
Gravado em apenas cinco dias em Nashville, o álbum serve-nos 11 faixas originais repletas de mestria na guitarra, suportada pelos bateristas Anton Fig e Greg Morrow, o baixista Michael Rhodess, o teclista Reese Wynans, sopros por Lee Thornburg, Paulie Cerra e Mark Douthit, e as vocalistas de apoio Mahalia Barnes, Jade McRae e Juanita Tippins. Não há nenhuma faixa inferior neste disco. Todas elas realçam-se pela positiva, cada uma à sua maneira.
O disco foi gravado primariamente como quarteto rock clássico com a nuance do duo de bateristas, enfatizando a componente rock. Joe Bonamassa dá o mote logo a abrir com um excelente trabalho de ‘slide guitar’ sobre um ritmo fervoroso de “This Train”. A fasquia é elevada com um aumento da intensidade através do ‘riff’ enérgico de “Mountain Climbing” onde Joe dá-nos mais um bom exemplo de um solo arrojado. A faixa que dá o título ao álbum, “Blues of Desperation”, assim como “How DeepThis River Runs” e “Distant Lonesome Train” invoca ainda mais da secção rítmica que dá, por seu turno, a base para que Bonamassa possa voar e brilhar. “You Left Me Nothing But The Bill And The Blues” é um bom exemplo daquelas músicas em que é impossível parar de bater o pé. Será, certamente, um dos próximos êxitos da banda ao vivo. “No Good Place For The Lonely” é um blues lento e pesado que incorpora alguns elementos orquestrais em que Bonamassa se destaca, uma vez mais, pelo ‘riff’ de ‘slide guitar’ que cria uma atmosfera que nos absorve. O primeiro ‘single’, “Drive”, com o seu ‘groove’ descontraído, dá-nos o balanço relativamente à vertente mais pesada do disco. Outro contraste a registar surge em “Valley Runs Low”, uma faixa acústica e cheia de soul. Resta-nos “Livin’ Easy” e “What I’ve Known For a Very Long Time”, ambas a fazerem uso de um registo interessante de sopros.
Em Blues Of Desperation Joe Bonamassa dá-nos mais do seu som característico com algumas surpresas e, ao mesmo tempo, elevando a fasquia daquilo que o blues moderno pode ser. •
Joe Bonamassa: um menino prodígio
Hoje com 48 anos, desde cedo Joe Bonamassa mostrou que seria um verdadeiro exemplo a seguir. Com apenas 12 anos, abriu um concerto para o lendário B.B. King. Nos últimos 13 anos lançou 15 álbuns a solo, 11 dos quais alcançaram o #1 da ‘Billboard Blues charts’. Para além da sua carreira musical, gere uma organização sem fins lucrativos chamada “Keeping the Blues Alive Foundation”, cuja missão é contribuir para a educação musical ao financiar bolsas e fornecendo educação musical a escolas mais necessitadas.
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