Boy, os U2 “fora de controle”
Já aqui foi falado dos U2, mais em concreto do álbum Pop. Eu hoje gostaria de trazer aqui aquele que, não sendo o melhor álbum da banda irlandesa, é certamente o mais genuíno. Aquele que acalentava o sonho de 4 adolescentes dos subúrbios de Dublin com conhecimentos musicais limitados. Boy traz-nos aquela energia típica da banda(uma marca do Pós-Punk) que a espaços se encontra nos álbuns seguintes dos U2, mas com a triste tendência para diminuir com o passar dos anos.
Quem ouve Boy tem a sensação de ouvir um misto de “Pride”+ “New Years Day”+ “Gloria” +”Sunday Bloody Sunday” (ou seja AQUELES temas, que tão bem caracterizam os U2 dos 80) com uma dose de inocência e… lá está, genuinidade. Do início ao fim do álbum é isso que transpira. Isso e a já referida energia. É uma banda “Out of control” como eles fazem questão de frisar.
O disco começa com “I will follow”, como que a antever um we will follow por mais de 30 anos a banda. Nunca me canso de ouvir a voz e o sotaque de Bono no interlúdio “…Your eyes make a circle…”. Aquela maneira como soa circle é mágica. Só de pensar que na altura ele tinha apenas 20 anos.
A faixa 6 “Stories for boys” faz-me lembrar imenso GNR em inicio de carreira. É das minhas preferidas juntamente com “The Eletric Co.”, e destacam-se por serem aquelas que mais promovem aquele “travozinho a U2“.
Podemos ouvir em “Twilight” (nada a ver com vampiros) um concentrado de U2: a introdução típica de guitarra super processada, um refrão fortemente marcado por Bono, as harmonizações entre Bono e the Edge, o groove incisivo de Larry Mullen JR e a cama rítmica fornecida por Adam Clayton.
É uma sonoridade “cheia” a que nos é apresentada em Boy. Não fosse o processamento de efeitos na guitarra de the Edge e estavamos perante uma banda hard rock banal tal é a intensidade impingida do início ao fim do disco.
Este álbum de estreia em nenhum momento apresenta temas como por exemplo o já mencionado “Pride (in the name of love)” ou um “Where the streets have no name”, mas ouve-se muito bem principalmente por quem aprecia U2 pelo fenómeno rock alternativo pós-punk que foram em tempos.
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