“Chapels” é o sétimo álbum de Old Jerusalem


 Old Jerusalem define “Chapels”, o seu sétimo álbum, como uma “coleção de canções imediatas e sem adornos”. Mas essa definição aplica-se apenas ao processo de gravação e à forma das canções. Ao processo de gravação porque “o que se ouve é praticamente a primeira fixação gravada de cada um dos dez temas que compõe o disco”, o que levou mesmo a que no tema inicial, segundo o autor, se ouça uma máquina de secar de um vizinho. À forma, porque as canções servem-se apenas da guitarra e da voz para se materializarem.

Já no que diz respeito ao conteúdo, “Chapels” é um disco profundo e repleto de referências culturais: “Carnation Day” cita uma canção de Phil Elverum, “Oleander” inspira-se na história da Pitonisa, uma figura da mitologia grega, “I Could Never Take the Place of Your Man” foi buscar o título a uma canção de Prince, “Ancient Sand, Acient Sea” faz referência a uma canção de Nirvana e começou a ser escrita  pouco depois da morte de Kurt Cobain, e “Magna” faz referência a Marie Laveau, uma conhecida praticante de voodoo dos Estados Unidos. Todas estas referências estão explicadas, em discurso direto, pelo próprio autor num “faixa a faixa” no site Espalha Factos.

O carácter espiritual e íntimo do disco é explicado pelas palavras que acompanham a sua promoção: “Ante a impraticabilidade de construir “catedrais”, escolhemos com este disco erigir e apresentar canções que são como “capelas” – coisas modestas e imperfeitas, mas construídas para a interioridade, evocando, refletindo e celebrando as grandes fragilidades e pequenas alegrias – e bem assim as pequenas fragilidades e grandes alegrias – de que todos comugamos por sermos pessoas que hoje vivem”.

“Chapels” é um disco com qualidade, mas, conhecendo parte do trabalho anterior de Old Jerusalem não posso dizer que não senti falta da energia e da dinâmica que só uma banda, com outros instrumentos, traz às suas canções.

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Foto: Direitos Reservados

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