Clã estão de regresso aos discos em grande com “Corrente”


Embora tenham passado 22 anos desde que teve início a caminhada musical dos Clã, o seu som não perdeu qualquer frescura nem criatividade, pelo contrário, a banda parece fazer juz àquilo que se diz do vinho do Porto, cidade de onde são originários: fica cada vez melhores à medida que o tempo passa.

Depois de viajarem no seu “Disco Voador” até outras paragens musicais – num universo Pop mais leve e letras dedicadas aos mais novos – Manuela Azevedo e companhia voltam à fórmula que têm vindo a consolidar ao longo da carreira, no seu novo álbum.

Para este disco, os Clã voltam a contar com a mestria das ‘canetas’ de Carlos Tê, Sérgio Godinho, Arnaldo Antunes, Regina Guimarães e John Ulhoa para as letras das canções, e acolhem no seio da família novos elementos: Nuno Prata e Samuel Úria, dois músicos que têm vindo a ganhar cada vez mais notoriedade artística.

Curiosamente, o recurso a letristas fora do âmbito da própria banda é uma prática pouco comum em Portugal, mas tem oferecido aos Clã uma qualidade literária irrepreensível.

Embora haja temas que se destacam, não há uma única música daquelas que quando vamos no carro, mesmo que inconscientemente, não resistimos a passar à frente.

Os arranjos mantêm a linha característica da banda: os pormenores não são deixados ao acaso. É isso (não só, mas também) que faz um disco não se esgotar ao fim de meia dúzia de audições: ‘aquele acorde de guitarra lá no fundo do auscultador esquerdo’, ‘aquele toque de teclado’ ou ‘aquele coro de vozes bem no fundo da mistura’, que nos consegue surpreender.

É também esse rigor e qualidade musical que os Clã conseguem transportar para os palcos – misturados com grandes doses de energia e entrega – que faz a banda ser tão apreciada pelo público.

A digressão de promoção do novo álbum tem já várias datas marcadas, incluindo uma passagem pelos Açores. No dia 5 de Agosto a banda sobe ao palco das Festas da Praia, na Terceira.

As relações amorosas – mais fáceis ou mais difíceis, mais seguras ou mais ‘tremidas’ – marcam muitas das letras dos temas deste disco, mas as temáticas não se fica por aí. Aliás, o single de apresentação do disco sai desta linha. “Rompe o Cerco” é um tema explosivo, de resistência, de luta. Uma canção que nos dá aquela sensação de ‘agora é que é’!

 

Conheça os discos da carreira dos Clã

O percurso discográfico dos Clã começa em 1996. Depois de mais de três anos de ensaios e concertos a banda lança “Lusoqualquercoisa”, um disco que fez dos Clã uma das revelações da música portuguesa. Pouco mais de um ano depois do álbum de estreia surge “Kazoo”, com uma sonoridade mais próxima dos Clã de hoje em dia, e onde figura um dos temas mais conhecidos do grupo – “Problema de Expressão”. Em 2000, é lançado “Lustro”, que reforça a participação de letristas convidados, que ainda hoje contribuem para o trabalho dos Clã. Quatro anos depois, mais um trabalho discográfico: “Rosa Carne”. “Cintura” (2007), e “Disco Voador”, de 2011, completam a discografia anterior a “Corrente”.

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