O mundo que conhecíamos já não existe. Os dias agora fazem-se da contabilização diária dos infetados, dos casos suspeitos e dos mortos. Quem pode, fica o máximo de tempo em casa. Outros têm mesmo que ir trabalhar, para o bem de todos (e merecem, por isso, o devido reconhecimento e agradecimento). Mas se há indústria que está completamente paralisada é a do espetáculo. E não estamos a falar apenas dos artistas. Há um mar de gente que vive para fazer um espetáculo acontecer. E esta gente – técnicos de som e de luz, ‘roadies’, agentes, pessoal de montagem de palcos, segurança de eventos – ficou, quase de um dia para o outro, com a agenda vazia por tempo indeterminado.

Ficar à espera que a pandemia passe não é uma opção, por isso, à medida que os espetáculos foram cancelados começaram a surgir novas formas não só de chegar ao público, mas também de conseguir algumas receitas, principalmente através da disponibilização de conteúdos através das redes sociais ou pataformas específicas para o efeito, em troca da entrega voluntária de donativos.

Não havendo soluções milagorsas, há também outras formas de ajudar os artistas a atravessar esta fase turbulenta da nossa existência, como ouvir as suas músicas em plataformas de streaming, comprar música e merchandise online, e seguir as suas redes sociais.

Estou certo de que, quando tudo isto passar, teremos muita música nova, inspirada pelos momentos de isolamento e reflexão a que esta situação forçou o mundo inteiro, e que as salas de espetáculo e os recintos de festivais vão voltar a encher para celebrar a vida. Até lá, o melhor é ficar por casa e ouvir muita música.

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