David Fonseca e os Coldplay
Apesar das inúmeras passagens de David Fonseca por São Miguel ao longo dos últimos anos, tenho que confessar que o vi actuar ao vivo pela primeira vez no passado fim-de-semana, nas Festas do Concelho do Nordeste. E gostei. Sem ser um concerto extraordinário, foi mais do que suficiente para mostrar que David Fonseca já é um dos grandes nomes da música feita em Portugal. Diria mesmo – e certamente muita gente não concordará – que o considero uma espécie de Coldplay à nossa medida.
E existem várias razões que me levam a fazer esta comparação. Se me perguntassem “quantas músicas do David Fonseca conheces ‘de ouvido’?”, eu diria “meia dúzia”. Mas estaria – inadvertidamente – a mentir. A verdade é que – tal como acontece na minha ‘relação’ com os Coldplay – conheço muito mais músicas do que pensava. Aliás, no concerto do Nordeste, que durou entre uma hora a uma hora e meia, acho que só não conhecia três ou quatro temas. É verdade: o homem tem a facilidade de criar melodias agradáveis e que se colam ao ouvido.
Depois, continuando a minha (talvez absurda) comparação, a voz de David Fonseca é mesmo fantástica. Não há truques. A voz que ouvimos no disco é a voz que ouvimos sair das colunas do palco. O único aspecto negativo da voz é, ‘aqui e ali’, uma palavra pronunciada com algum exagero. Talvez por isso eu prefira ouvi-lo cantar em português.
A última parecença, mas não menos importante, é o estilo musical: pop dominada pela guitarra acústica e teclados, em que, de vez em quando, também brilha a guitarra eléctrica.
Quanto ao concerto de sábado passado, se é verdade que o público não estava muito participativo – apesar de estar em grande número – também é verdade que a banda – que mostrou coesão e competência, mas nunca foi extraordinária – não fez muito por isso, limitando-se a tocar sem tentar criar uma ligação com o público. A única excepção foi mesmo o próprio David Fonseca, que, de vez em quando, se soltou e fez alguns movimentos e dirigiu umas breves palavras ao público.
Curiosamente, o tema “The 80’s”, que encerrou o concerto, foi mesmo o que teve maior adesão do público.
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