Desde o lançamento de “Antidotes” em 2008, a sonoridade de cada álbum dos britânicos Foals tem vindo a acompanhar o crescimento da banda, como pessoas e principalmente como músicos. Eis que chegamos a 2015, “What Went Down”, faixa-título do quarto longa-duração da banda, surge ‘online’ e deixa mossa. Os Foals estão mais agressivos, mais viscerais, mais intensos que nunca, dos ‘riffs’ distorcidos, às linhas vocais violentas e paranóicas de Yannis Philippakis, temos entre mãos uma das melhores canções rock do ano.

Para contrastar com o peso de “What Went Down”, “Mountain At My Gates” e “Birch Tree” soam incrivelmente melódicas, algo que aliás, já tínhamos visto em “Holy Fire”, “Inhaler” (a mais pesada da banda até àquela data) e “My Number” (indie pop daquele que passa na rádio). “Mountain At My Gates” pisca o olho à pop, mas fá-lo ao estilo dos Foals, desaguando no final num crescendo emocional. Mais uma prova do quão são bons a escrever canções progressivas (alguém se lembra de “Spanish Sahara”?).

“Albatross” e a belíssima “London Thunder” são passagens obrigatórias neste “What Went Down”, a primeira pela percussão contagiante, a segunda pela atmosfera conferida pelos sintetizadores, guitarras dedilhadas e a entrega de Philippakis.

“A Knife in the Ocean” é a a canção mais épica que os Foals alguma vez escreveram, quase 7 minutos de algo que se parece quase com uma tapeçaria bordada finamente pelo som da guitarra, que resulta no clímax do álbum, um monstro imersivo e emocionante.

“What Went Down” mostra-nos a coragem dos Foals em terem seguido pelo caminho mais pesado, algo que em 2015 talvez seja um risco a tomar, mas também reforça a ideia de que são, sem dúvida uma das bandas mais inspiradas e inspiradoras da sua geração.