Good Evening Paul McCartney
Estava eu a fazer o que mais faço na televisão – zapping – quando, para minha surpresa, encontro um certo senhor britânico com o seu característico Höfner 500/1 a gritar “JET” a plenos pulmões! Era Sir James Paul McCartney em Good Evening New York City, no regresso ao Shea Stadium 44 após a sua primeira aparição com os Beatles.
À semelhança de outros registos de McCartney ao vivo, ele explora aqui temas dos mais variados projectos da sua longa carreira, desde material dos Wings, a temas seus a solo, passando, claro, por temas dos Beatles.
Quando se é o autor ou co-autor de muitos dos temas mais tocados no mundo inteiro, quando se tem uma carreira de meio século recheada de sucessos e quando se fez parte da banda mais influente de todos os tempos, o que não falta é repertório. Com isso McCartney consegue seguir a fórmula de repescar temas de várias épocas e projectos, mas mantendo uma diversidade na escolha das músicas.
Eu dava por mim a pensar “Qual será a que ele toca a seguir?”, e nunca acertei. Mas nunca me senti desiludido. As escolhas dele eram sempre melhores do que eu esperava. Nesse aspecto é ingrato ser Paul McCartney, por mais que ele tocasse, iria ficar sempre alguma coisa de fora.
Eu vibrei do início ao fim enquanto desfilavam temas como “Band on the Run”, ou “Got to get you into my life”, maravilhosamente interpretadas pelos cinco músicos. Sim, porque ao contrário do que se suporia, neste concerto, McCartney faz-se acompanhar apenas por um baterista, um teclista, um guitarrista e um baixista/guitarrista. Mais parece um “ajuntamento casual”. E que bem que eles estiveram também a nível vocal, principalmente em “Paperback Writer” e no brilhante “Flaming Pie”. Confesso que não conhecia o tema “Flaming Pie”. Adorei! Conhecia a história por trás do nome (reza a lenda que Jonh Lennon teve um sonho em que apareceu um homem com uma tarte em chamas na mão e lhe disse que Beetles seria escrito com um “a”: Beatles) mas por algum motivo, nunca tinha chegado a procurar a música. É excelente!
McCartney puxa dos galões e da sua polivalência, saltando do baixo para o piano em “Live and Let Die” ou “Hey Jude”, passando pela guitarra acústica em “Black Bird” ou mesmo bandolim em “Dance Tonigth”. Uma máquina!
O final é genial, com um meddley com “Stg. Pepper`s Lonely Hearts Club Band” e “the End”. Gostei da subtileza de McCartney ao acabar… no fim.
Foi uma hora que passou rápido. E passou muito bem! Os temas mais “populares” dos Beatles acabam por ser o mais “cliché”, à falta de melhor palavra, mas no geral nota-se um bom equilíbrio das diversas fases de McCartney.
Após pesquisa consegui encontrar a mesma versão que apanhei na televisão (video abaixo), mas o concerto completo (disponível em DVD) tem bastante mais material. Não é para se ver, é para se degustar!
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