“Happiness is around the corner”. King John persegue a felicidade com novo som.
Uma cidade deserta no velho oeste americano, com aquele rolo de palha a poder aparecer a qualquer momento, soprado pelo vento. Muito sol. Dois homens, de chapéu, e olhar tenso, com a mão preparada para sacar da pistola e garantir que saem com vida do duelo.
O início de “Doppelgänger”, a nova música de King John, podia bem servir de banda sonora a um western de Hollywood. A guitarra com “tremolo”, o assobio despreocupado que cria expectativa e uma sensação de vazio remetem para este cenário.
É verdade que a música evolui rapidamente para um rock ao estilo dos Black Keys, com uma certa dose de animação conferida pela presença das teclas, que contrasta com o peso as palavras, mas estes primeiros segundos de “Doppelgänger” – que, aliás, é também como termina o tema – são quase uma metáfora sobre o momento que King John está a viver.
Com um reconhecimento da sua qualidade a acontecer de forma rápida nos Açores – onde, em tempo recorde, foi dos primeiros concertos em pequenos bares para os maiores festivais de verão, como a Maré de Agosto ou o Monte Verde – King John, tal como os cowboys americanos, arrisca tudo na conquista de novas oportunidades, numa terra nova e “sem lei” no que diz respeito à música.
Em Lisboa, King John ainda não é rei. Em Lisboa, King John tem tudo a provar, e sabe que a concorrência é feroz. “Doppelgänger” acaba por ser uma forma de anunciar a chegada e marcar terreno. Uma forma de dizer “Estou aqui. Este é o meu som”.
E que som! As gravações caseiras ficaram para trás. O single que acaba de ser lançado é o primeiro tema gravado num estúdio profissional, e acaba por ser uma forma de o músico testar se este é o caminho certo – admitiu King John em entrevista ao Açoriano Oriental.
Por nós, é seguir em frente! Até porque, como se ouve em “Doppelgänger”: “Happiness is around the corner”.
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Fotografia © Débora Jacinto / Belém Art Fest
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