James regressam a S. Miguel dez anos depois para o Monte Verde
As grandes bandas de que gosto antecederam-me. Mas há uma exceção. Uma banda com a qual eu cresci, e que vem agora à minha ilha pela segunda vez.
Sim, é verdade. Tenho a síndrome de ter nascido na altura errada. O Variações é que tinha razão: “só estou bem aonde não estou”. Mas se me afastar deste pensamento mais pessimista, chego à conclusão que, durante a idade crítica dos 12 aos 17, até tive a felicidade de acompanhar em primeira mão, alguma boa música (ageração ‘Z’, nascida depois de 1996, teve mais azar do que eu). E nesta boa música, inclui-se a banda que estará em São Miguel no próximo dia 9 de agosto, no Festival Monte Verde: James!
Primeira pergunta para os da minha geração: Quem não se recorda do “Sometimes” nos intervalos dos jogos de futebol? Segunda pergunta: E filmagens do pessoal a fazer parapente com o tema “Sound” como pano sonoro de fundo? Terceira pergunta: Será que a RTP/Açores tinha algum acordo com os James?
“Ok”, esta última não é válida. Mas é um facto, a minha geração cresceu com James. “Say something, say something, anything…”. Mas eles não dizem qualquer coisa, dizem muito. Nascida nos 80, foi na década seguinte que a banda cresceu, tal como eu. E o desfile de temas que me acompanhou – correção –, que nos acompanhou, não termina aqui: temos “Sit Down”, “Laid”, “Come Home”, “Tomorrow”, e muitas mais…
Ainda me lembro do álbum ‘Best Of’, todo florido e colorido, nos ‘tops’ em finais da década de 90, assim como me lembro de “Getting Away With It… Live”, já na década seguinte, em que o tema homónimo partiu a loiça toda, como se diz na gíria. Dos melhores concertos que já vi/ouvi. Tim Booth é de outra esfera. Ah, e claro, o “Born of Frustration”. Não podia deixar de fora este tema que ainda hoje me arrepia. O uivo do Booth, aquele lick introdutório na guitarra e teclas… Ainda me lembro dos ‘clipes’ do concerto, em que o trompetista surge com o ‘jersey’ nº7, com o nome “James” nas costas. De mais!
Com o interregno da banda, entre 2001 e 2007, confesso que perdi o fio à meada da carreira. Do pouco que conheço desta nova vida da banda, o álbum “La Petit Mort” é bem interessante, muito na onda dos discos do início da década de 90.
Mas o que fica, sem dúvida nenhuma, são os temas atrás de temas com que cresci, e me identifiquei, e identifico, e o registo daquele que é um dos melhores concertos que já vi. James é uma banda com ‘hits’ intemporais e com provas dadas em palco. De que estão à espera?
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