Kamelot – Silverthorn
Os Kamelot são sem sombra de dúvida um dos nomes mais importantes do “Power/progressive metal” mundial. Esta banda liderada por Thomas Youngblood alia na perfeição capacidade nata de escrever boas canções com o virtuosismo técnico que nos habituaram ao longo da sua carreira.
Só quem vive debaixo de uma pedra é que não sabe de todo o drama que esta banda passou com o abandono do seu carismático vocalista Roy khan e de toda a incerteza ao redor do futuro da mesma. Muitos fãs não acartaram bem esta decisão e temeram que a adição de Tommy Karevik na voz fosse um falhanço total. Mas este novo álbum da banda Americana, que já é o décimo da sua bagagem, está aqui para provar o contrário, e de que maneira. Silverthorn é inequivocamente uma agradável surpresa.
Numa análise geral, Silverthorn é um típico álbum Kamelot, e se nos esquecermos por momentos que Roy Khan não está presente neste disco não daremos pela diferença. Nota-se com toda a certeza um cuidado especial de Tommy Karevik em preservar o legado deixado por Roy Khan mas volta e meia dá o seu cunho pessoal em certos temas.
Depois de navegarem por mares incertos com o lançamento de Poetry for the Poisoned, disco que fez erguer algumas sobrancelhas devido ao seu elevado experimentalismo, os Kamelot resolveram regressar a casa e oferecer aos fãs o que sabem fazer melhor, um álbum coeso, objectivo e sem sobre de dúvida inspirado e a isto devemos agradecer, naturalmente, a Tommy Karevik que trouxe certamente uma lufada de ar fresco à música destes senhores.
Precedido pela intro sinfónica “Manus Dei” o álbum começa da melhor maneira com o tema “Sacrimony”, onde todos os elementos que caracterizam os Kamelot se misturam na perfeição: as exuberantes melodias do teclista Oliver Palotai, o ritmo frenético do baterista Casey Grillo e a emoção dada pelo novato Tommy. Este tema conta ainda com as participações especiais de Elize Ryd dos Amaranthe que empresta a sua voz angelical de Alissa White-Gluz dos The Agonist que nos mostra que os guturais não são só para homens.
Outro momento alto do disco é o tema “Song For Jolee” que é talvez das mais belas baladas alguma vez criadas pelos Kamelot, cheia de sentimento e emoção transmitida pela fabulosa prestação de Tommy Kaverik que se apresenta nesta faixa, acompanhada na maior parte por piano, num registo mais pessoal afastando-se da sua quase mímica a Roy Khan que se faz notar em grande parte do disco.
“Veritas” é outro grande marco neste lançamento, talvez pelo seu refrão “Orelhudo” entoado em parte em Latim pelo Silverthorn Choir onde integra a bem conhecida no mundo do metal sinfónico, Amanda Somerville, aliado à forte secção ritmica que o acompanha. Elize Ryd dos Amaranthe participa também neste tema.
“My Confession” é outro grande exemplo de uma canção bem escrita, mais uma vez há uma combinação perfeita entre a melodia e o peso e não esquecendo a presença de um refrão que certamente nos fica na cabeça, deixando-nos a “cantarolar” o dia todo. Sem dúvida se tornará num dos clássicos destes senhores.
Por sua vez, “Solitaire” é com certeza o tema mais “kamelotiano” do álbum, poderia bem ter sido escrito na época do Karma ou até do The Black Halo que se encaixaria na perfeição. É uma faixa, que igualmente a “Sacrimony” engloba os elementos chave que caracterizam os Kamelot fazendo lembrar temas como “Center Of The Universe” ou “When the Lights Are Down”.
Numa análise final, este é sem dúvida um álbum que certamente irá agradar a todos os fãs da banda, não há nenhum aspecto negativo de mais a apontar, talvez só o facto da banda não ter corrido muitos riscos neste lançamento, não ter saído muito da sua zona de conforto e explorado outras formas de inovar. Ainda assim, este factor não é suficiente para manchar a reputação deste disco fabuluso que se encontra sem esforço entre os melhores do ano do estilo.
Nota: 8/10
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