Luís Severo em residência artística no Arquipélago


Está bem colocado em quase todas as listas com os melhores álbuns de 2017. Agora, no arranque do novo ano, Luís Severo “fechou-se” no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande, para uma residência artística de nove dias. O trabalho começou no dia 4 e estendeu-se até 12 de janeiro, dia em que o artista deu um concerto, também no “Arquipélago”, e no qual houve pelo menos uma música nova, com trabalho feito por cá. Veja a entrevista que o Meia de Rock conduziu ainda antes do início da estadia de Luís Severo no Arquipélago.

Como é que surge a oportunidade de fazer esta residência artística nos Açores?

Bem, nos últimos anos os Açores têm entrado no mapa do circuito associado à chamada nova música portuguesa. Sempre foi minha vontade visitar e dar a conhecer o meu trabalho no arquipélago. Felizmente, agora aconteceu!

“Luís Severo”, o álbum, é muito centrado na cidade de Lisboa. Vir para os Açores foi uma forma de procurar a antítese do álbum anterior?

Sem dúvida! Apesar de eu achar que o último álbum não é apenas sobre Lisboa. Afinal, o que me permitiu criticar e elogiar Lisboa foi precisamente o contacto e a comparação com realidades diferentes existentes em Portugal.

De que forma esta mudança geográfica pode influenciar as tuas canções?

Irá influenciar de certeza absoluta! Ainda não estou certo de que maneira, mas tenciono apresentar uma canção composta nos Açores durante o ‘showcase’ no arquipélago.

Qual será o método de trabalho ao longo destes 9 dias? O que é que trazes na “bagagem” e com o que é que pretendes sair de cá?

Trago várias ideias de letras e melodias que procuro maturar e consolidar. A pior parte da composição é sempre o decidir, o encerrar ideias. E acredito sinceramente que o isolamento me irá permitir ser mais conclusivo.

“Luís Severo” está em todas – ou quase todas – as listas de melhores álbuns de 2017. Sentes a pressão deste sucesso agora que começas a preparar um novo trabalho?

Tento simplesmente não pensar nisso, apesar de ser falso dizer que não influencia rigorosamente nada. Mas mais importante que os ‘tops’ é mesmo sentir que as minhas canções produzem identificação nas pessoas que as ouvem, sejam essas pessoas jornalistas ou não.

Quando não estiveres fechado no “Arquipélago”, onde é que será provável alguém cruzar-se contigo por estes dias?

Bem, não faço a mínima ideia! Tenho alguns amigos e conhecidos na ilha que procurarei evitar um bocado, como forma de aproveitar a oportunidade que me é dada para trabalhar. Mas claro, pelo menos um dia vou tirar para a conhecer o mais aprofundadamente possível.

 

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Entrevista publicada a 6 de Janeiro na edição impressa do Meia de Rock no jornal Açoriano Oriental

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