Madeira marca o regresso de Paus aos discos


Lançado no passado dia 6 de abril, Madeira é o 4º álbum da banda que atuou, em 2016, no Coliseu Micaelense. Este novo disco de PAUS teve como cenário a ilha da Madeira e esta escolha não foi por acaso.

Madeira é o nome do vosso novo álbum. Como é que o definem?

É um disco luminoso, cheio de amor. Conseguimos encontrar espaço para cada voz, sem atropelos. É um disco que nos define pela ausência de definição. São os PAUS a serem livres e felizes, cheios de pessoas bonitas à volta.

Apesar de as letras e os sons das canções não terem sido criados na Madeira, a ilha é o cenário do vosso 4º disco. Porquê a ilha da Madeira em particular?

O instrumental foi feito antes da confirmação da residência do Festival Aleste, mas as letras já foram escritas sabendo que aconteceria. Acabámos por tentar encontrar pontos em comum entre o que é a música dos PAUS e o que a Madeira é para nós; a nossa Madeira, que é uma construção do que lá conhecemos e vivemos com os nossos madeirenses. A Madeira, porque é lá que acontece o Festival Aleste.

A ilha da Madeira (ou, pelo menos, a ideia que tinham dela) influenciou a produção deste vosso último disco, certo? Como é que esta influência converge com o que sempre inspirou os PAUS, ou seja, como é que as vossas origens e influências culturais ligaram com o que a ilha da Madeira trouxe para este álbum?

Sempre nos sentimos como uma ilha que flutua sem atracar realmente em lado algum. Diria que nos deixamos visitar e deixamos que as pessoas, as culturas, a música, as imagens, se atraquem em nós. Recebemos aquilo que as nossas vivências nos vão trazendo e acabamos por incorporar tudo isso na nossa obra. Somos um reflexo de tudo aquilo que nos toca. E é esta a imagem que temos da Madeira; gente que recebe e incorpora e dá de volta; com o coração escancarado, sem segundas intenções.

Todos os videoclipes foram rodados na ilha. Qual o vosso preferido ou que deu mais gozo a filmar?

Nunca chegaríamos a um consenso em relação a este assunto. Todos têm uma história que nos faz sorrir.

 Desde que em 2010 lançaram o vosso primeiro EP “É uma Água”, o que é que mudou em relação a este novo álbum e em vocês?

Mudou muita coisa. Viajámos muito com esta banda, iniciámos e terminámos relações profissionais, fomos a sítios onde não imaginaríamos ir, conhecemos muitas pessoas que nos influenciaram e crescemos enquanto pessoas e músicos. Somos hoje muito mais do que éramos, e somos, também, mais conscientes de que há muito mais por conhecer do que aquilo que já conhecemos.

Qual a melhor lembrança que guardam da vossa estadia na Madeira?

As pessoas que fizeram isto connosco. Desde todos os envolvidos no Aleste, passando por toda a equipa de filmagens e chegando às nossas famílias. Trabalhámos muito, mas foi das coisas mais recompensantes que já tivemos.

A identidade de PAUS é complexa. Li, num artigo da Blitz online de 2016, que o Hélio Morais definiu o vosso género musical como sendo “genderqueer”. Que géneros cabem dentro dento desta definição?

Todos os que sentirmos que somos no momento exato em que nos perguntem. Somos livres, essencialmente.

Puxando um bocadinho a brasa aqui à nossa sardinha, como foi para vocês atuarem no festival Tremor na ilha de São Miguel? Tiveram tempo de conhecer a ilha?

Tivemos sim. Foi uma ótima estadia. Eu – Hélio – acabei por ficar mais dias depois do festival. Também tenho família a viver em São Miguel.

O que mais gostaram da vossa estadia em São Miguel?

Do festival e de estarmos rodeados de amigos, ainda que estando a tantos quilómetros de casa.

Tivemos acesso à vossa agenda de concertos até julho e não têm, por enquanto, nenhum concerto marcado para os Açores. Gostariam de cá voltar?

Com muito prazer. Façamos isso acontecer.

FOTO2_Tomás Brice

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Fotos: © Tomás Brice

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