Maré de Agosto: 30 anos de música e não só
Fim de semana de Maré de Agosto é fim de semana de nostalgia. Nostalgia pelos 100 quilómetros que me separam da sempre magnífica Praia Formosa. Festival de fantásticos músicos, espírito inconfundível. De praia de areia dourada, sol e banhos de mar. De tudo o que um festival deve ter.
Ano após ano, a praia formosa veste o seu melhor fato e durante quatro dias não o despe. Respira-se cultura, liberdade e felicidade na costa Sul de Santa Maria. As pessoas têm um sorriso na cara, a simpatia e boa vontade dominam. O parque de campismo fica lotado e a praia repleta de gente. E que bem sabe aquele banho ao fim de tarde, no mar quente e ameno, com o teste de som ao fundo, ouvindo-se os últimos ensaios antes da grande festa.
Este é um festival para todos os gostos, que atrai o miúdo e o graúdo, o jovem e o adulto. Uns pela música, outros pelo convívio, outros simplesmente porque é a Maré. E ser a maré é razão suficiente. A Maré não desilude, é boa música garantida, com um recinto grande e bem equipado onde não precisamos chegar três horas mais cedo para ficar na primeira fila. Podemos ir ao bar e voltar para o mesmo sítio, como se ficasse reservado só para nós. E se nos cansarmos sempre podemos sentar na colina com vista directa para o palco, com o Oceano Atlântico como pano de fundo.
Foi aqui, com o tecto do bar da maré a servir de palco, que vi grandes artistas como Rui Veloso, Asian Dub Foundation, Gentleman, Marcelo D2 e Diabo na Cruz. Mas mais importante ainda, foi aqui na Maré que fiquei a conhecer grandes bandas como Sean Riley & The Slowriders, Doismileoito, Dub Inc. Supernada e Edu Miranda Trio.
Alguns destes últimos no Espaço Castelo, palco secundário adoptado em poucas das edições da Maré. Curiosamente, muitas das actuações que mais me marcaram foram neste pequeno palco, onde o mar batia e respingava o público. Espaço onde The Legendary Tigerman levantou todo o mundo para bater um pé de dança, onde Edu Miranda Trio levou o público ao rubro com música genuína e sem necessidade de vocais, onde The Dixie Boys obrigaram-me a dançar o twist.
No fundo a Maré é uma experiência inesquecível, onde se vai com uma mochila às costas e se volta com uma enorme bagagem musical, onde se descobrem músicos, onde se fazem amigos, onde se volta daqui a alguns anos com toda a família.
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