No dia a seguir à morte de David Bowie o mundo estava igual. Triste pela notícia, mas igual. Para Martin Carr, no entanto, o impacto foi profundo. Artista deprimido e insatisfeito por natureza, o escocês, que atravessava um período de falta de ideias, fez uma pausa, e mergulhou no mundo de Bowie: discos, filmes e biografias. O resultado desta viagem foi um despertar para a responsabilidade do artista em ser verdadeiro na arte que cria. Martin Carr assume que “tinha desperdiçado tempo a viver a vida dum artista mas a negligenciar a arte”. As composições em curso foram todas para o lixo, e dedicou-se a procurar um som e uma voz que fossem só seus. Acho que não o conseguiu. Esta capacidade está reservada apenas para alguns iluminados (como Bowie), mas o resultado é um disco muito interessante, e que será editado em Outubro.