Marvel Lima: explosão de sabor e cores
Se a música estivesse à venda num hipermercado, o novo álbum dos portugueses Marvel Lima seria mais colorido do que o corredor do cereais.
Passo a explicar: recebi o disco de Marvel Lima e a minha primeira reação foi classificá-lo em termos de género e estilo. Não foi fácil. Diria que é uma espécie de synth psicadelic rock alternativo com pitadas de funk e pode conter algumas nozes.
Um dos singles, o primeiro tema que me deram a conhecer, é “Fever”. O tema foi bem escolhido porque apesar de não ser representativo, representa bem o disco. É forte, é enérgico e tem um refrão orelhudo q.b. sem ser demasiado mainstream.
O outro single é o tema “Mi Vida”. Vale a pensa pesquisar no Youtube pelo videoclipe. É tão psicadélico e surreal como a música! Aliás,voltando atrás, o videoclipe de “Fever” neste aspeto parece saído diretamente dos anos 60!
Não sendo uma banda instrumental, também não gira propriamente em torno da voz. João Penacho é um vocalista competente, mas nota-se talvez uma maior preocupação com o groove psicadélico emprestado pelos instrumentos, do que a mensagem transmitida pela voz. Que aliás, canta a maior parte das vezes em espanhol. Nota-se de resto uma forte influência vizinha no albúm, não só a nível instrumental (tem um certo groove latino), como também nos próprios nomes dos temas (“Mariposa”, “Mi Vida”, “Niebla”, “Finale”).
O albúm tem uns apontamentos interessantes como por exemplo, o final do tema “Niebla”, em que a musica se vai arrastando,como se pedisse para darmos corda à aparelhagem.
Também gosto particularmente de “Strange Perceptions”. O nome é um pouco óbvio, mas se calhar já tinham esgotado o seu vocabulário espanhol!
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Fotografia: Vera Marmelo
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