“Morphosis” é álbum de estreia de These Are My Tombs
O título do álbum não poderia estar mais de acordo com o seu conteúdo. Morphosis é sinónimo de crescendos, dissonâncias, quietude, agressividade e toda uma panóplia de outras características que se vão alternando, umas vezes de forma predominante e outras vezes como complemento essencial ao longo das faixas. Troquemos por miúdos. Estamos inegavelmente perante um disco de post-rock, com toda a complexidade que daí advém.
O disco arranca com a introdução atmosférica e melódica que é “First Light” para logo de seguida dar lugar à primeira barreira de som materializada em “Earthcore Threshold”. Aqui destaca-se a instrumentalização que, embora não se manifeste como um ex libris de técnica, todos se unem de forma a criar uma paisagem sonora que nos prende para nunca mais nos largar.
Seguimos embalados até “Omen” onde somos confrontados com uma linha de baixo aditiva e um riff de guitarra que surge incisivo, numa música marcada pela alternância entre a calmaria e a agressividade. Segue-se “Crisália”, mais uma ponte instrumental e atmosférica que serve de ligação à faixa homónima do álbum. “Morphosis” parte de onde ficámos em “Omen” numa cadência mais acelerada. É, provavelmente, a música mais complexa técnica e ritmicamente, principalmente ao nível das guitarras ficando, uma vez mais, registada a capacidade da banda em criar ambientes díspares capazes de nos fazer sonhar e divagar e, ao mesmo tempo, esmagar-nos com um muro sonoro que nos arrebata e mantém-nos em sentido.
Segue-se “Recombination” que passa rapidamente de uma forma etérea e contemplativa para acabarmos o disco na faixa instrumental “And All Of This Will Happen Again”, a música mais longa de todo o álbum. Com um começo algo arrastado e corrosivo, com a guitarra a chorar melodias melancólicas muito ao jeito de uns Katatonia, este tema é mais um exemplo daquilo que um bom disco de post-rock deverá ser.
Ao ouvirmos Morphosis não podemos dizer que ficamos surpreendidos pelo grau de inovação trazido ao género mas também não ficamos desiludidos com o resultado final. Muito pelo contrário. Este é um disco capaz de agradar ao típico fã de post-rock e de música rock instrumental e experimental no geral, onde ficam patentes a competência da banda e a sua capacidade em criar emoções normalmente associadas aos trabalhos que primam pela sua inegável qualidade.
Post-rock cada vez mais popular
Os These Are My Tombs inserem-se no subgénero musical conhecido por post-rock caracterizado por fundir elementos típicos do rock alternativo e progressivo assim como do jazz. O estilo tem vindo a aumentar o seu grau de popularidade um pouco por todo o lado e Portugal não foi exceção. Bandas como The All Star Project, Without Death Penalty ou Lydia’s Sleep são algumas das bandas que ajudaram na evolução progressiva do estilo no nosso país.
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