Nick agora é “Suave” e canta só em português


Retirou a distorção da guitarra, afastou-se um pouco do rock – sem o perder de vista -, aproximou-se da pop – sem perder o seu carácter -, deixou o inglês para escrever exclusivamente em português, e fez um álbum inteiro sobre o amor, da “felicidade” à “lógica da dor”.

“Português Suave” é o título do novo álbum de Nick Suave, e é quase uma espécie de aviso a quem conhece o seu extenso trabalho anterior, como Nick Nicotine. Aliás, para que não haja dúvida, o músico substitui “Nicotine” por “Suave” no alter-ego que assina o disco.

Em “Português Suave”, sem cair em lamechices, e mantendo o ritmo quase sempre acelerado e festivo, há qualquer coisa de Roberto Carlos. Do Roberto Carlos que estava a desbravar o caminho do rock and roll no Brasil dos anos 60, com “Namoradinha de Um Amigo Meu”, ou “Quero que Vá Tudo Pro Inferno”. A subversão e ousadia do rock and roll ainda sob a influência de uma certa solenidade já quase despropositada.

Aliás, é este universo que é invocado em “Perdido”, o primeiro single do álbum, em que Nick Suave aparece de fato ‘fora de moda’ e com movimentos de microfone dignos de um Marco Paulo.

“‘Tá-se bem. Acho que ‘tá… não ‘tá?”. São as últimas palavras que se ouvem no disco, proferidas, provavelmente, num momento de descompressão após a gravação de um ‘take’ no álbum. Nick Suave deixa a pergunta, e nós respondemos: “Está, sim senhor! Sem dúvida!”.


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