Nostalgia dos 90’s com Guano Apes no Monte Verde
Cumprindo a tradição portuguesa, tenho o péssimo hábito de chegar (quase) sempre atrasado a todo o lado. A noite de encerramento do Monte Verde Festival não foi exceção. Felizmente, graças ao trabalho da Rádio Atlântida, tive oportunidade de acompanhar o concerto de Luís Barbosa no carro, a caminho da Ribeira Grande.
O músico micaelense serviu-se bem da experiência de Pedro Silva (baixo) e Dino Oliveira (bateria) para dar o melhor suporte ao seu blues e rock em formato ‘power trio’.
Luís Barbosa ainda tem muitos concertos pela sua frente, mas já tem uma grande história para contar aos seus descendentes. Nem todos podem dizer que já abriram uma noite de concerto para os Guanos Apes.
Mas antes de a banda alemã subir ao palco, foi a vez de dois históricos do ‘hip hop tuga’ soltarem as suas rimas. Mundo Segundo e Sam the Kid mostraram que há público nos Açores atento ao seu trabalho, pondo muita gente a cantar “Tagarelas, cobardolas! Só balelas, só artolas! Gaia, Chelas, não controlas!” que abre o tema “Tu não Sabes”.
Um dos momentos altos da noite aconteceu quando Sam the Kid mandou o Dj parar o tema “Sofia” a meio, para chamar uma sortuda a cantar em cima do palco. “Pára a música… Tu aí, anda cá para cima cantar. Estou a sentir a tua vibe”, disse o MC à incrédula Ana, que se portou muito bem, respeitando o espaço dos rappers e respondendo bem às deixas para quando devia entar em cena.
O momento mais aguardado da noite chegou depois, quando os Guano Apes subiram a palco. A icónica banda alemã que marcou uma geração de adolescentes com o seu rock emotivo e potente através da MTV (quando ainda era um canal de música…) começou de forma algo fria, deixando o público à espera dos seus grandes êxitos para poder juntar a sua voz à de Sandra Nasic.
Aos poucos, a banda foi ganhando energia, atingindo o pico com “Lords of the Boards” e “Big in Japan”. Foi pena a banda ter deixado fora da ‘setlist’ temas como “Rain”, “No Speech” e “Living in a Lie”. Alguém na primeira fila ainda insistiu com um pedido específico – provavelmente algum destes temas –, mas Sandra Nasic respondeu com humor: “Infelizmente não ensaiámos este tema. Isso ia ser confuso… acredita, vocês não iam querer ouvir isso agora”.
No fim de contas, o concerto valeu principalmente pela nostalgia de uma geração que viveu a adolescência no fim dos anos noventa e início do novo milénio, e pela oportunidade de ver uma banda com um percurso internacional invejável, mesmo à frente dos nossos olhos.
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Fotos: Monte Verde Festival
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