O futuro, o presente e o passado dos The Strokes


“Future Present Past” marca o regresso da banda The Strokes às edições, ainda que num formato a que não estamos habituados, o EP.

Volvidos três anos desde “Comedown Machine”, o último álbum do contrato que tinham com a RCA Records, que dividiu opiniões e lançou no ar as dúvidas sobre o fim da banda, os cinco nova-iorquinos regressam em força com um conjunto conceptual de três canções (e um remix).

A abrir temos “Drag Queen”, que na sequência do EP representa o futuro. Ouve-se a bateria de Fabrizio Moretti a marcar o ritmo e uma linha de baixo que nos faz duvidar se estamos a ouvir Nikolai Fraiture ou Peter Hook e os seus New Order. Isto até a voz inconfundível de Julian Casablancas entrar em cena, “80’s people dancing”, canta, e sim, faz-nos mesmo acreditar que estamos nos anos 80. Bem, até entrarmos no refrão, agora estamos numa distopia apocalíptica a fazer lembrar o último álbum a solo de Casablancas. A partir daqui a canção torna-se num monstro progressivo a desembocar num final épico.

“OBLIVIUS” representa o presente dos The Strokes e é talvez o momento mais glorioso deste EP. Começamos com um riff que invoca de certa forma o legado da banda e, apesar do quinteto parecer adormecido de início, tudo muda de figura com as power chords que embalam o refrão, de um momento para o outro todos parecem acordar.

“What side are you standing on”, pergunta Julian Casablancas repetidamente até ouvirmos as guitarras de Albert Hammond Jr. e Nick Valensi entrarem em duelo, como já estamos habituados, num solo que apesar de não ser extraordinário, serve bem o seu propósito. O falsete do cantor dá a dica que tão cedo não nos vamos ver livres do que cultivaram com “Comedown Machine” de 2013, onde ouvimos pela primeira vez as notas mais agudas do vocalista.

Sobre “Threat of Joy” não há muito a dizer, é The Strokes clássicos, o passado portanto. Um riff simples, uma boa personificação do falecido Lou Reed na voz de Casablancas e temos a receita para o sucesso, apesar de pensarmos que a banda já não sabia escrever uma música assim.

Do rótulo de “salvadores do rock n’ roll”, como foram apelidados em 2001, já não se livram, resta saber o que vem aí e se conseguem trilhar novos rumos para o estilo e voltarem a ser relevantes, como o foram na década passada.

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Os The Strokes lançaram o primeiro álbum em 2001. “Is This It”, que invocava a música feita nos anos 70, valeu-lhes o rótulo de “salvadores do rock n’ roll” numa altura em que a música rock estava contaminada com o nu-metal dos Linkin Park e dos Limp Bizkit.

É considerado um dos álbuns mais influentes da década passada e inspirou dezenas de bandas, dos Franz Ferdinand aos Arctic Monkeys, passando pelos Libertines, abrindo caminho para que as bandas mais alternativas fossem contratadas pelas grandes editoras.

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