Octa Push e Yarah Bravo em grande destaque no primeiro dia de Maré
“Ainda não me conhecem, mas daqui a pouco já nos vamos ficar a conhecer”, dizia Yarah Bravo, na abertura daquela que se adivinhava como uma das melhores Marés dos últimos anos. Era a sua primeira vez no palco de costas voltadas ao mar da Praia Formosa, mas Yarah já tinha captado a essência do festival – descoberta musical no seu melhor.
Na verdade, Yarah Bravo era mesmo tudo o que se espera num artista de Maré. Música independente e com sentido, ritmos quentes, entrosamento com público – em bom português, claro! – e muito amor para espalhar. Viajamos numa espécie de hip hop particularmente melódico, com bateria, baixo e teclas, sem samples e com muita alma, e Yarah já não queria deixar Santa Maria – quem, no seu perfeito juízo, quer?
Depois dos ritmos africanos de Djeli Moussa Condé que, com uma boa disposição contagiante, levou a Maré para a pista de dança, foi a vez dos Groundation. Como é sabido, o reggae nunca pode faltar na Maré e, dentro do género, a aposta não podia ter sido melhor, mas as largas horas em que o concerto se espalhou levou a uma fuga considerável dos muitos festivaleiros aportados na Praia Formosa.
A madrugada já ia alta, mas a entrada em crescendo dos Octa Push conseguiu resgatar o público resistente, entretanto já disperso pelo recinto. A hora não ajudou, o público não estava tão recetivo e interventivo, mas nem por sombras a banda lisboeta deixou de dar o concerto da noite. Com um ritmo viciante e uma projeção de chorar por mais – com a presença virtual de artistas como Tó Trips, Cachupa Psicadélica, Bruno Show, e Catarina Moreno – foi impossível, pelo menos para nos, arredar pé até aquele último “Françoise Hardy” inesquecível.
Hoje continua a festa, com a grande expectativa da Maré – os Ronda da Madrugada jogam em casa e prometem mais um espetáculo memorável num palco que tão bem conhecem!
Fotografia de Derrick Sousa
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