Old Jerusalem pode voltar a figurar nas listas dos melhores do ano


Talvez seja exagero trazer os nomes de Nick Drake ou Cat Stevens para este artigo, porque estão num patamar reservado para os génios – ou perto disso -, mas é neste comprimento de onda que paira a música de Old Jerusalem, onde a guitarra acústica é o fio condutor da energia serena que nunca comete excesso de batidas por minuto.

Old Jerusalem é – essencialmente – Francisco Silva, mentor e compositor do projeto – como o próprio o classifica. O que pode explicar o facto de o álbum anterior, integralmente composto e interpretado por Francisco Silva, ter precisamente o nome de… “Old Jerusalem”.

Mas “A Rose is a Rose is a Rose” – a repetição não é um lapso, o álbum chama-se mesmo assim – retoma a colaboração com outros músicos, entre eles Filipe Melo, reponsável pelo piano e arranjos de cordas, que assumem um papel fundamental na sonoridade do disco.

Francisco Silva está longe de ser um novato – este é já o sexto álbum de Old Jerusalem, o primeiro foi editado em 2003 – e acaba por ser um mistério, e uma injustiça, que, apesar da sua qualidade e consistência, passe um pouco ao lado do mediatismo da cena musical portuguesa.

E digo que passa “um pouco ao lado” deste mediatismo porque, na verdade, o seu percurso também tem reconhecimentos importantes, e muito significativos, como o facto de ter sido distinguido, por duas vezes, pela Revista Blitz com o melhor álbum nacional do ano, em 2003 (“April”) e 2005 (“Twice the Humbling Sun”).

“A Rose is a Rose is a Rose” será editado a 11 de Março e pode muito bem voltar a constar das listas do melhores de 2016, e, esperemos, espalhar de uma vez por todas o nome de Old Jerusalem por todo o país.

 

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