Red Hot Chili Peppers lançam “The Getaway”


São casos raros. Mas existem bandas que simplesmente não sabem fazer um mau álbum. É verdade que é praticamente impossível ser sempre genial, principalmente numa carreira com mais de três décadas, durante a qual uma das peças fundamental da engrenagem – neste caso a guitarra – passou por demasiadas mãos. Os Red Hot Chili Peppers fazem parte desta elite, e “The Getaway”, editado o mês passado, está aí para o provar.

Não tem a genialidade de “Californication”, álbum que, num tempo em que os vídeos ainda se viam na televisão, gerou seis ‘singles’, ao longo de quase dois anos, e está consagrado como um dos álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame.

É verdade. Não tem esta genialidade, mas tem quase tudo o resto a que a banda nos habituou: um baixista que assume a liderança e cria as linhas melódicas mais incríveis e marcantes que se possa imaginar, incluindo o ‘slap’ que deve ser responsável por grande parte dos baixista que o são por opção – e não porque o lugar de guitarrista já estava ocupado –, um baterista que, não sendo espetacular, tem uma forma de tocar muito característica, e um vocalista com um timbre inconfundível, capaz de nos fazer decorar letras totalmente desconexas (quem foi jovem nos anos 90 sabe, certamente, cantarolar “Around the World” ou “Other Side”, sem saber o significado).

Qual a principal diferença, então? Falta John Frusciante. Faltam a sua guitarra e os seus coros que encaixavam como uma luva na voz de Anthony Kiedis. O “substituto”, Josh Klinghoffer, não está mal, e consegue até um ‘momento’ “Under the Bridge”, com um grande riff em “The Longest Wave”, mas no conjunto, a guitarra perdeu espaço.

“The Getaway” é uma boa forma de voltar a entrar no universo Red Hot Chili Peppers e aproveitar para recordar os anos de ouro da sua brilhante carreira.

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