Rick Chain estreia-se a solo com “Voyager”


Voyager é o primeiro álbum a solo de Rick Chain, músico de créditos firmados no panorama musical a tocar há mais de 20 anos em bandas como We Are The Damned, Twentyinchburial, Besta ou Sinistro. O multifacetado músico ficou responsável pelas guitarras, baixo e vozes e fez-se acompanhar por Paulo Lafaia (bateria) e Rui Rocha (teclas), assim como Luís Tavares na bateria em dois temas.

Em Voyager Rick Chain teve a oportunidade de explanar algumas ideias que não se enquadravam em outros projetos e, simultaneamente, levou a que este tivesse a possibilidade de cantar e tocar outros instrumentos, liberdades artísticas naturalmente resultantes de um álbum em nome próprio. E ainda bem que o fez porque, embora não seja propriamente um cantor, a voz tem um papel preponderante no resultado final do disco. Ora a berrar ou a cantar, a voz rouca e agressiva de Chain cai que nem ginjas num disco composto por um conjunto robusto de temas. Para além disso, as influências do rock clássico assim como as sonoridades mais modernas do estilo fazem-se ouvir ao longo de todo o disco, o que contribui para que Voyager reúna todos os elementos de um bom disco de rock.

O disco arranca com “Art Less”, um tema rock moderno sem rodeios que vive essencialmente dos bons riffs de guitarra. Em “They Call Him Darkness” são novamente as guitarras a destacar-se num tema orelhudo e muito bem conseguido que conta ainda com o excelente desempenho de Rick Chain nas vozes. Segue-se “Boat Made of Clay”, uma música dinâmica com bastante ritmo e uma bridge interessante onde os sintetizadores aparecem para dar um toque especial. Após tanta pujança surge “Revenant Sea”, um tema que se destaca pelo seu ritmo arrastado e por uma toada mais melancólica e melódica com um competente solo de guitarra pelo meio. Ainda estamos a ouvir os últimos acordes de “Revenant Sea” e eis que emerge “Heavy Sharks”, um retorno às músicas mais possantes. A música começa de rompante, simples e direta complementada com boas melodias aqui e ali. “Watertrail” é um das músicas mais viciantes de todo o disco com a sua abordagem direta, os seus riffs simples aditivos e a forma como Rick Chain dá voz às letras. “The Eternal Fool” tem na sua génese muito do rock clássico setentista (Deep Purple, por exemplo) principalmente pela forma como os teclados assumem o protagonismo ao longo do tema. Os riffs musculados, a interessante prestação vocal e a forma atmosférica como a música termina levam-nos a querer ouvi-la uma e outra vez. De seguida temos aquele que foi o single debutante do músico que dá nome ao álbum. “No Ocean Big Enough” é um tema nostálgico, intimista e negro, e um dos mais bem conseguidos de todo o álbum. “Faith Capacity” surge para nos voltar a abanar com os seus riffs pesadões e agressivos e um refrão que nos fica na memória, complementado com um bom solo de guitarra. Para terminar temos “Capricorn”, a música mais extensa de todo o disco. Com um início lento e melódico e Rick Chain a cantar no sentido mais lato da palavra. Com fases mais pesadas a intercalarem outras mais suaves, o tema termina de forma épica uma excelente jornada musical de muito e bom rock.
“Voyager” é um bom disco de rock onde, acima de tudo, fica demonstrada a versatilidade e a capacidade de Rick Chain em adaptar-se a outras circunstâncias, algo que nunca esteve em causa.
2014 acabou em grande e 2015 promete

Como assumiu o próprio Ricardo Correia na sua página do Facebook, “2014 acabou em grande”. É que Ricardo foi distinguido como um dos cinco melhores músicos portugueses do ano pela Revista LOUD, que se dedica à divulgação da música de peso que se faz em Portugal. O álbum de estreia de Rick Chain a solo – “Voyager” – também mereceu destaque, sendo escolhido por dois colaboradores da revista como um dos melhores discos do ano passado. Para 2015 está já prometido o lançamento de um novo EP, que deve acontecer no próximo mês de Abril.

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