Rodrigo Leão revela “A Vida Secreta das Máquinas” em álbum


Todos conhecemos a vida útil das máquinas. O que não sabíamos é que elas também têm uma vida secreta. Uma existência oculta agora revelada pelo músico e compositor português Rodrigo Leão. O que começou com a simples gravação, num smartphone, do som – ritmado, imagino eu – emitido pela instalação eléctrica de uma velha casa na Índia, deu origem a um concerto no festival “Lisb/on Jardim Sonoro” e acaba de ser editado em álbum.
Quem me conhece, sabe que não sou grande apreciador de música electrónica. Poderia escrever aqui, em defesa deste disco, que “há música electrónica e música electrónica”, mas a verdade é que esta máxima se pode aplicar a qualquer estilo musical. De qualquer forma, sou capaz de dar oportunidade aos discos que me chegam às mãos. E este até chegou de forma (mais ou menos) indesejada: é que agora a revista Blitz é vendida acompanha por um CD, o que, sendo interessante, do ponto de vista musical, não o é do ponto de vista financeiro, porque deixa a carteira mais leve.
Admito que se o disco denunciasse o seu conteúdo de cariz eletrónico, talvez nem o tivesse colocado no leitor de CD. Mas o autor é Rodrigo Leão, fundador de Sétima Legião e dos Madredeus e com uma carreira a solo que me agrada – conheço particularmente o álbum “Cinema”.
“A Vida Secreta das Máquinas” é um disco experimental, que o próprio autor considera ser “à parte” da sua carreira, e tendo uma componente eletrónica forte, não deixa de ter uma estética extremamente melodiosa e a marca imprimida pela presença de instrumentos “reais”.
A hipótese de ter alguns temas com voz foi ponderada até pouco tempo antes da conclusão das gravações, mas acabou por vingar a ideia inicial de ser um álbum totalmente instrumental.

Aqui fica um dos temas mais interessantes do disco:

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