Sábado é dia de sair à rua para viver o Tremor


O Tremor dura há dias. Mas para muitos a festa só começa sábado. É o dia forte do festival. O dia em que as ruas de Ponta Delgada se enchem de gente de todas as idades e de todas as ‘tribos’. Como sempre, é também dia de fazer escolhas. Por isso, o Meia de Rock deixa aqui um percurso hipotético.

 

16h00 | Londrina | Goldshake

Mesmo para quem não é fã de hip-hop, a atuação de Goldshake é uma oportunidade para viver as origens do Tremor – ver concertos onde não é suposto eles acontecerem. Numa das mais icónicas lojas de roupa de Ponta Delgada, de um dos empresários do comércio tradicional que mais se esforça por animar a baixa da cidade, e que é palco do Tremor desde a primeira edição, vão ouvir-se rimas em português, vindas da Terceira.

17h30 | Raíz Bar | Zulu Zulu

Ficamos à porta para não “dar muito nas vistas” quando sairmos para o próximo concerto. Mas é impossível resistir à curiosidade de espreitar este trio espanhol que junta a música experimental eletrónica aos ritmos africanos. Não sabemos se será assim em Ponta Delgada, mas pelo que espreitamos na internet é bem possível que haja umas fatiotas quase ao estilo de Blasted Mechanism. E só isso já seria suficiente para dar um saltinho ao Raíz.

18h00 | Igreja do Colégio | Mal Devisa

“Even if it’s out of tune, feel the energy in this room”. Esse poderá bem ser o início da atuação Deja Carr. Sob o nome artístico de Mal Devisa, a norte-americana tem uma voz hipnotizante, em que a energia transmitida tem um papel muito mais importante do que as notas que entoa. Sozinha em palco, com um par de microfones, um baixo e alguns pedais de ‘loop’, Mal Devisa vagueia entre o jazz, o hip hop e o blues. O cenário não podia ser mais deslumbrante. Quem for à igreja do Colégio vai arrepiar-se. Garantidamente.

18h30 | Ateneu Comercial | Liima

Num festival com tantos artístas, há nomes que quase nos passam ao lado. Mas há o momento em que olhamos com mais atenção para o cartaz, e vemos ‘Liima’. A sério!?  Sim. Os Liima estão no Tremor. São, sem dúvida, uma das bandas com maior reconhecimento internacional que vai pisar o ‘chão’ do Tremor. O vocalista e principal mentor do projeto – Casper Clausen – apaixonou-se por Lisboa, para onde se mudou há alguns anos, e a banda já compôs na ilha da Madeira. Faltava vir aos Açores. Sorte dos Liima, que vão conhecer um local maravilhoso. Sorte a nossa que vamos ver uma banda sublime. Synth-pop harmoniosa e sentimental. Vale mesmo a pena. Agora é tempo de ir comer qualquer coisa e voltar, daqui a pouco, à mesma sala.

20h30 | Ateneu Comercial | Mdou Moctar

Guitarra. Bateria. Baixo. E turbante. Os Mdou Moctar são um ‘power trio’ do Níger que junta a música tradicional da África Ocidental ao rock e ao psicadelismo. Se fecharem os olhos vão sentir o vento quente do Sahara a soprar areia na cara. A experiência mais exótica desta edição do festival.

21h30 | Coliseu Micaelense | Dead Combo

Chegou a hora de deixar o coração da cidade, e fazer a viagem menos curta da noite para assentar arraiais no Coliseu Micaelense. Primeiro, para ver os Dead Combo, uma das bandas portuguesas com o mais improvável, mas enorme, sucesso nacional e internacional. Improvável porquê? Principalmente por se tratar de música instrumental. Mas há qualquer na forma como Tó Trips e Pedro Gonçalves exploram e fundem sonoridades de diferentes tempos e proveniências que agarra quem os ouve. Fado, blues, rock e música africana.

23h30 | Coliseu Micaelense | Boogarins

Do Brasil, os Boogarins trazem o psicadelismo dos anos sessenta com uma roupagem atual. Camadas de efeitos nas guitarras – e por vezes na voz – e momentos de improviso e total liberdade.

Categories
Tags

+ There are no comments

Add yours