Dos cabeças de cartaz do festival Monte Verde 2018 atrevo-me a dizer, à partida, que os suecos The Hives eram a banda menos conhecida do público açoriano! Eu que sou um consumidor ávido de música confesso que só conheço algumas músicas da banda, por arrasto da onda do Garage Rock do início de 2000’s que nos trouxe bandas como os Strokes, White Stripes, Franz Ferdinand, Bloc Party, Kaiser Chief, entre outras!

Tendo conhecimento que os The Hives eram daquelas bandas que sabem montar um bom espetáculo rock, lá fui eu, apesar do cansaço acumulado dos dias anteriores, ao terceiro e último dia do Festival Monte Verde.

Com um público tradicionalmente difícil, que só curte as músicas que conhece, os The Hives entraram em palco com o seu tema de abertura “Come On” e a partir daí foi sempre a “abrir”, com o seu rock simples, esgalhado e frenético, que gradualmente foi conquistando todo o público do recinto, ao longo do concerto. De facto, num concerto dos The Hives não existem tempos mortos, muito graças ao carisma do seu vocalista e frontman Per Alqmvist que puxa e exige do público, falando em português, muito mais do que o simples e típico “Obrigado”: “Palmas,… mais palmas”, “Senhoras,… Senhores,… Senhoras e Senhores”, “Vocês gostam dos The Hives?”, foram apenas algumas das muitas frases em português que ele usou. Per Alqmvist de fato é um excelente entertainer e cicerone que, com uma certa teatralidade – que por vezes faz lembrar Mick Jagger – e com o seu poder de comunicação, comanda a banda e o público, como um autêntico maestro, incitando constantemente o público a participar na festa, dando saltos e pontapés no ar, gritando “Yeahs” e “batam palmas, … mais palmas”.

Na minha opinião os momentos altos da noite foram os temas “Walk, idiot walk”, a primeira música que conheci dos the Hives, “Go Right Ahead”; “Hate to Say I Told You So”, “Won’t be long”, tema em que a banda ficou parada em palco, durante cerca de um minuto, como autênticas estátuas, para depois com um salto, partirem a “loiça toda” e o eletrizante e enérgico “Tick Tick Tick Boom” que fechou o concerto.

Um pormenor que também achei muita piada foram os roadies disfarçados de ninjas e karatecas que iam dando apoio à banda, especialmente ajudando o irrequieto PerAlqmvist a desenvencilhar dos fios do microfone, enquanto circulava quer no palco, quer junto do público.

Para quem assistiu ao concerto, acho que ninguém ficou indiferente à passagem dos The Hives pelo festival Monte Verde e atrevo-me até a dizer, que foi, pela entrega e capacidade de contagiar um público, que não era maioritariamente o seu, o melhor concerto do festival!

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Foto de destaque: © Jithesh Beeharry