O “homem do tempo” é Alexandre Monteiro, que também é o homem das teclas, guitarras, vozes, letras, músicas… Já anda na meteorologia há algum tempo e tem novo álbum.

“Eyeglasses for the Masses”, o mais recente álbum, talvez seja o que está mais desencontrado com os restantes. O álbum não tem momentos maus, pelo contrário, mas também não tem rasgos de genialidade que nos fazem dizer aos amigos “tens de ouvir isso”! É um álbum interessante e bem produzido, só é pena não ir mais além, pois os ingredientes estão lá. Quem é fã do género, consegue reconhecer o psicadelismo aqui e acolá, mas acaba tudo muito centrado numa pessoa só e, consequentemente, piano e voz.

Há temas que, pela sua estrutura rítmica e harmónica, pedem mesmo uma intervenção mais progressiva, que nunca chega a aparecer. Por exemplo, “Ice II” tem a forma ‘prog’, mas não tem o conteúdo. Não na totalidade, ou não na medida que acho que o tema pede. Por outro lado, “Endless Expections” tem elementos ‘beatlenescos’, a fazer lembrar os magníficos na fase final da carreira. Muito bom! Porque não há mais momentos assim?

No entanto, podemos fazer um outra abordagem: é um bom álbum para acompanhar um gin ou um dry martini. Com um ou outro tema que nos desperta para a música – além dos anteriormente referidos, destaco “To the Universe” – o facto é que a maioria acaba por ser muito ‘piano bar music’, mas sem ser ‘piano bar music’.

O ‘single’ “Calling All Monkeys” é muito ‘mainstream’ para meu gosto, mas pode ser que os macacos gostem, pois numa inteligente medida de marketing, The Weatherman irá dar um concerto para macacos. A ideia está interessante!