Tremor tem sempre porta aberta para os músicos açorianos


O Tremor traz o mundo a São Miguel, mas não esquece os nossos músicos. Estes são alguns dos que pode ver este ano.

3rd  Method

Na véspera do epicentro do Tremor, tocam no Arco 8, uma casa onde já são conhecidos do público residente. A atuação deste trio de bateria, teclas e baixo é sempre uma surpresa: podem contar com improvisação em série, marcada por muito groove e algum psicadelismo.

Filipe Furtado

“Dizem-lhe que tem de ir ao Brasil”, mas na realidade é Filipe Furtado que vai trazer o samba e a bossa nova para os Açores. De dedos cravados nas cordas de nylon da sua guitarra, o açoriano – agora a estudar em Coimbra – deve levar ao 3/4 Café, não só uma série de canções dos grandes mestres da MPB, mas também alguns dos seus originais com ritmo do Brasil e sotaque de Portugal – “Dizem que tenho de ir ao Brasil” é um deles. Também é possível que leve algum tema de autor açoriano, mas com sonoridade do nosso povo irmão do outro lado do oceano. Na base desta especulação está a ‘voltinha’ que acabámos de dar na página de facebook do músico.

PMDS

Sintetizadores, mais sintetizadores, guitarra e baixo fazem a junção de dois mundos num som estranhamente cativante, embebido numa espécie de antagonismo de desordem ordenada. Ao açoriano Filipe Caetano junta-se Pedro Sousa e cria-se PMDS, a banda que promete abalar com a Biblioteca Pública de Ponta Delgada.

WE SEA

Dizem os WE SEA que a conjugação perfeita para a inspiração musical está algures numa combinação entre a “lua, o sol, a chuva, o mar, a terra” e o “eu, tu, eles, ela”. Quem ouve a novíssima “Pais dos nossos pais” percebe bem que a sua música é tudo isso, todo um processo de absorção do meio para a sua transformação em música. Numa homenagem aos avós açorianos os WE SEA transformam a açorianidade do dia-a-dia em música, envolta num humor apurado onde cabem a lavoura, o tabaco e até as típicas condições climatéricas. A estreante Casa do Bacalhau prepara-se para receber um dos mais promissores projectos açorianos num concerto a não perder.

Silicon Seeds

Vêm da capital, é certo, mas os Silicon Seeds quase conseguem formar um supergrupo da nova música açoriana. A António Alves, o humano que dá vida a King John, e a Tiago Franco, o fantástico guitarrista integrante em projectos como Karpa, Seatle ou Rock N’ Covers, junta-se Nuno Carromeu e cria-se uma das bandas que nos fazem ansiar pelo Tremor. Não será difícil perceber que, tal como nas veias dos seus integrantes, em Silicon Seeds corre sangue de Blues, Rock e muita guitarrada. A hora está marcada e a presença garantida na Casa da Rosa.

The Quiet Bottom

Apenas 15 minutos antes de Silicon Seeds, no sábado, há um saltinho garantido ao Cantinho dos Anjos. Os The Quiet Bottom estão ainda a ganhar voz, mas já nos aguçam a curiosidade. Ora vejam: prometem rock alternativo, envolto num factor surpresa, e inserido num projecto que já se descreveu como “O silêncio do fundo do mar, o fundo metafórico que todos nós de alguma forma queremos alcançar”. No sábado há  “uma viagem imaginária de um homem a cair da superfície para uma profundidade abissal” a não perder.

João Cordeiro e Manuel Silva

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Foto: The Quiet Bottom    © Carlos Cabral de Melo

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