“War”: um marco na vida dos U2 e da música Pop
Hoje comemora-se o 32º aniversário de “War”, o terceiro álbum de estúdio da mítica banda irlandesa U2. Trinta e dois anos que passaram a voar, mas que deixaram a sua marca, não só na carreira dos U2 como também na história da música pop. “War” marcou um ponto de viragem importante na carreira dos então jovens irlandeses.
As mudanças deram-se não só a nível estilístico como também, e acima de tudo, no foco da mensagem transmitida pela música criada pela banda. Musicalmente o álbum revelou-se como um dos mais fortes e diretos do coletivo de Dublin, assentando que nem uma luva na exploração do tema central do disco, a guerra e os seus efeitos (como o título deixa antever).
Abrindo com o hino antiguerra “Sunday Bloody Sunday”, alusivo ao dia 30 de janeiro de 1972, onde 13 civis irlandeses foram mortos pelo exército inglês durante uma marcha contra o internamento sem julgamento. Um tema forte, com guitarras incisivas e ritmos marchantes, fizeram desta uma das músicas mais emblemáticas dos U2 e reveladoras de uma crescente influência política nas letras da banda.
Mas este não foi o único sucesso a sair de War. “New Year’s Day” inspirou-se no Solidariedade, sindicato polaco criado em 1980 que fazia uso da resistência civil (não-violenta) contra o governo e que contribuiu de forma decisiva para a transição política no país. A música tornou-se no primeiro grande ‘hit’ internacional da banda atingindo a tabela “Billboard Hot 100” pela primeira vez na carreira da banda.
Quando Adam Clayton já tinha saído do estúdio após as gravações de War, os três restantes elementos acharam que precisavam de um final que fizesse jus ao álbum. Num ápice, Bono, Larry Mullen Jr. e The Edge, que acumulou o papel de baixista e guitarrista, gravaram “40”. De teor espiritual, o tema é conhecido pelas suas performances ao vivo, levando muitas vezes a que os concertos acabassem com os fãs a entoarem de forma entusiástica os versos do tema cuja letra é uma modificação do Salmo 40. “Seconds” funciona como uma perfeita justaposição relativamente ao seu teor lírico (guerra nuclear). Com um ‘riff’ inicial algo ‘funky’ e o ritmo alegre da bateria é mais um excelente exemplo da mensagem pacífica transmitida pelos U2.
Partindo do sucesso alcançado com os álbuns “Boy” e “October”, lançados nos dois anos anteriores, os U2 não descansaram à sombra da bananeira e puseram mãos à obra e criaram “War”. Com ele atingiram verdadeiramente um estatuto que nunca mais os abandonou e que fez deles quem são hoje: verdadeiros ícones da música pop-rock.
Um sucesso comercial com quatro singles
“War” foi um sucesso comercial na carreira dos U2, destronando o igualmente emblemático “Thriller”, de Michael Jackson, nas tabelas de venda do Reino Unido. Em 2012, a revista “Rolling Stone” incluiu o disco na lista “The Greatest 500 Albums Of All Time”. O álbum deu à luz quatro singles, “New Year’s Day”, “Two Hearts Beat as One”, “Sunday Bloody Sunday”, atingindo excelentes marcas comerciais, e “40”, lançado apenas como single promocional na Alemanha mas revelando-se um sucesso junto dos fãs.
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