Quando pensa em Yann Tiersen pensa num piano de cauda e numa orquestra vestida a preceito? Pois bem, se pensa, não pense. O CCB parecia tudo menos um palco de orquestra. Xilofones e piano ao centro, uma bateria à direita e sintetizadores chegados à esquerda, com instrumentos de cordas espalhados um pouco por todo o palco, faziam adivinhar que, pelo menos para mim, ia ser um final de tarde de autêntica descoberta.

Assim foi. Os mais reconhecidos sucessos do compositor francês, incluídos nas bandas sonoras dos filmes “O Fabuloso Destino de Amelie” e “Good Bye, Lenin!”, ficaram no passado e Yann Tiersen mostrou que é um músico que vive do presente. “Infinity”, o mais recente álbum, foi naturalmente o mais reproduzido no CCB, mas houve também tempo para uma passagem por outros trabalhos do compositor.

O que torna este fantástico músico tão distinto é a sua constante evolução com o passar dos tempos. Cada álbum é diferente do anterior e “Infinity” não foge à regra. Numa actuação pensada ao pormenor, com detalhes muito interessantes do ponto de vista cénico, como o facto de cada músico ter uma lâmpada incandescente a seu lado ou o facto da projeção de sombras no pano de fundo mostrar os movimentos dos músicos, “Infinity” mostrou-se um álbum de música quase experimental, onde uma junção de muitas camadas de sons, executados de forma irrepreensível, dão lugar a um todo fantástico e melódico, que nos leva a viajar.

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Yann é um dos mais fantásticos músicos que tive oportunidade de ver em palco. Um dos pontos mais altos da tarde foi mesmo o encore em que Yann Tiersen se apresenta sozinho em palco, munido de um violino apenas, e consegue transmitir uma infinidade de sentimentos em dois minutos. Simplesmente memorável.