Recordando Zeca
É já um cliché. Mas é quase incontornável não recordar Zeca Afonso, o cantautor que foi voz e baluarte do descontentamento português, quando se comemora o 25 de abril.
Não vivi “O” 25 de abril: quando nasci, a ditadura era coisa de década (não tão) distante. Mas, perigosamente, consigo perceber o significado de “eles comem tudo e não deixam nada”. Isto, 41 anos depois de, supostamente, termos acabado com os Vampiros!
Impressionante como Zeca Afonso impressiona. Tão directo que é, de tão subtil. A sua mensagem é forte e a sua música não fica atrás. Gostaria de ver uma justa homenagem à sua música com uma roupagem actual, à semelhança do que fizeram os Humanos com Variações, ou Amália Hoje com temas de Amália Rodrigues.
Zeca Sempre: o que não faz falta, não anima a malta
Formado por Olavo Bilac, Nuno Guerreiro, Tozé Santos ( Perfume) e o produtor Vítor Silva, o projecto Zeca Sempre lançou, em 2010, “O que faz falta”, álbum de homenagem a Zeca Afonso com re-interpretações de vários êxitos do cantautor.
Apesar de, aqui e ali, se encontrarem algumas boas ideias, no geral, o que salta à vista é a escolha dos temas. Foram escolhidos precisamente os mais óbvios. Se, por um lado, isso desperta mais o sentido de reconhecimento por parte do público, por outro, expõe muito mais os músicos.
Temas como “O que faz Falta” e “Venham Mais cinco” aparecem com uma roupagem tão previsível, que até parece uma banda de garagem. A palavra de ordem é essa: previsibilidade! Os temas “Saudades de Coimbra”, “Redondo Vocábulo”, e “Meninos do Bairro Negro”, são alguns dos bons (poucos) momentos do disco.
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