Álbum de estreia de Sullen candidato a melhor do ano


Post Human é o primeiro capítulo dos Sullen que, arrisco-me a dizer, se afigura como um sério candidato a álbum do ano em Portugal. Como consta no press release do disco, este revela-se como uma “viagem muito pessoal onde percorrem uma diversidade de experiências e estados de espírito; de tensão e de revolta”.

O disco arranca com “Devata” a qual contempla um trabalho de guitarras a remeter-nos para uns Meshuggah e coros à laia de Opeth. É uma introdução perfeita ao que podemos esperar durante cerca de 52 minutos de metal/rock progressivo da melhor casta. “Broken Path” revela novamente claras influências Opethianas através da alternância entre fases mais brutas com ênfase nos riffs potentes de guitarra e outras onde o ambiente criado por uma voz limpa e pelo mellotron dominam. “Redondo Vocábulo”, tema cantado em português, é reflexivo , lento e atmosférico a lembrar uns Tool. Segue-se “Ascend”, o primeiro interlúdio instrumental, algo misterioso, obscuro e atmosférico. “Become” é um tema melancólico, com uma ou outra parte mais agressiva, digno de um trabalho de Katatonia, influência que se manifesta ao longo do disco. “Exult” é um retorno à faceta mais industrial do coletivo. Agressivo, rápido q.b. e com vocalizações dinâmicas, fazem deste um dos temas mais versáteis do álbum. “The Mounder”, o tema mais longo do disco com 7:23, segue o caminho trilhado por “Exult” num registo ainda mais agressivo. “Placid”, uma faixa possuidora de uma atmosfera etérea e melancólica, arrastada e introspetiva. É mais um exemplo da proximidade ao registo muito próprio de uns Katatonia onde voz de César Teixeira é do mais próximo a Jonas Renske que já ouvi. “The Purge” é o segundo interlúdio instrumental, novamente melódico, sendo a transição perfeita para “Place of Time”, um tema dinâmico com influências de metal industrial e progressivo. Destaque especial aqui para o groove demonstrado pelos dedos de Guilherme Lapa no seu baixo. Segue-se “Tidal”, uma música lenta e de trejeitos progressivos que, com o recurso a sonoridades algo diferentes, torna esta uma das faixa mais eclética se interessantes. Por fim temos “Engulf”, de cariz electrónico e atmosférico, acabando da melhor forma um disco extremamente bem conseguido e capaz de ombrear com o melhor feito até agora dentro do género.

 

Sullen nascem das “cinzas” de Oblique Rain

Após o término da carreira dos Oblique Rain em 2012, rapidamente um novo projeto ganhou forma. Com um passado musical em comum e uma amizade de longa data, César Teixeira (guitarra e voz), Marcelo Aires (bateria e percussão), Guilherme Lapa (baixo e voz de apoio) e André Ribeiro (guitarra) formaram os Sullen. Mais tarde, João Pereira (teclas/sintetizadores) e Pedro Mendes (guitarra e vozes de apoio) após a necessidade de aumentar ainda mais as possibilidades criativas da banda.

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