All In…com Californication


 

aqui expliquei o meu conceito de álbum “All in“. E hoje trago mais um dos álbuns que escutei vezes sem conta, de cima a baixo, de trás para a frente. Inclusive comecei o meu percurso como baterista a tocar covers deste trabalho dos Red Hot Chili Peppers intitulado Californication.

Lançado mesmo no fim dos anos 90, Californication deu frutos (leia-se singles) até 2001. Lembro-me perfeitamente de ser surpreendido na MTV (Na altura dava musica. A sério que dava) por uma guitarra algo tímida mas precisa na sua função. Quando surge o nome da banda no ecrã, percebi essa timidez. Eram os Red Hot Chili Peppers e é difícil ser guitarrista numa banda onde esteja o Flea. A música era “Scar Tissue”. Todos os elementos estavam em ponto rebuçado (talvez nunca mais tenha acontecido na historia da banda) e na sua simplicidade e musicalidade foi uma música que rapidamente atraiu as atenções do mundo para o que aí vinha.

O segundo single era o tema de abertura do disco “All around the World”. Com uma entrada progressivamente potente até culminar no brilhantismo incontornável de Flea. O refrão contrastava com harmonia a energia dos versos. Se há álbum que Kiedis esteve particularmente bem…é este.”Parallel Universe”, surge como single promocional ainda em 1999 e é a segunda experiência na audição do álbum. Com uma malha potente faz lembrar os tempos punk-funk da banda do inicio da década.

“Other side”, “Californication” e “Road Trippin” também seriam singles, mas muitos mais poderiam estar neste leque. Os “funkilicious” “Get on top” ou “Rigth on Time” por exemplo. Temas como “Saviour” ou “Easily” (” …Shao Lin’s shakin’ for the sake Of his soul-Everything must go…“) não ficavam em nada atrás neste desfile de possíveis singles.

Um dos temas que não sendo dos mais óbvios me inspirava atenção redobrada na sua escuta era o “Purple Stain”, principalmente por causa da letra, mas também devido aos apontamentos “gospel” no pré-refrão ( “…good on you…”) e a estrutura da guitarra com um ligeiro travo a Hendrix no refrão.

“I like dirt”, com a sua malha 100% funky vem mesmo a calhar depois de ouvir “Emit remmus”, aquele que eu acho o tema mais fraco do álbum. Mas lá está, não é que seja má, simplesmente não traz aquela frescura que os outros temas trazem. Não tem particularidades que me façam apontar para este tema e diga “ouve isso, repara nesta parte ou neste instrumento”. No entanto é um tema bastante audível e aceitável.

Algures discreto pelo meio podia-se ouvir “Porcelain” uma balada comovente sobre uma mãe solteira que Kiedis conheceu no YMCA. Não tem a mesma epicidade de “Under the Bridge” mas não deixa de espelhar a polivalência do quarteto de Los Angeles.

Este album marca também o regresso de Frusciante às lides da guitarra após um afastamento de 8 anos, o que levanta a questão de que “será que John Frusciante é o guitarrista por excelência dos Red Hot”? A verdade é que sendo ou não sendo, o seu regresso contribui em muito para a construção daquele que é o “All in” dos Red Hot Chili Peppers.

 

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