Quando chega o final de semana é certo haver um qualquer festival por aí, seja na cidade, na praia ou na mais recôndita freguesia. E festivais há muitos, é certo, mas encontrar um festival digno deste nome não será assim tão fácil. Hoje há cada vez mais pseudo-festivais, aquelas festas que aparentam ser mais um negócio que um festival, onde a vontade de lucrar ultrapassa qualquer réstia de alma que lhe pudesse conceder vida, e onde os resultados podem se tornar catastróficos. Virtuosos são mesmo aqueles festivais com identidade, alma, com espírito e com aquele brilho que nos faz querer não só vê-los, mas acima de tudo vivê-los.

Neste lote de festivais especiais está a grande esperança dos festivais de Verão em S. Miguel. Sim, já existem muitos festivais com grande valor por cá, mas há um novo nome a ter em conta. Escondido por entre os raios do sol o Azores Burning Summer vem-se afirmando de ano para ano na inigualável Praia dos Moinhos, no Porto Formoso. Sob a batuta do mítico produtor Adrian Sherwood, o festival vem ganhando identidade, fazendo o seu caminho numa base sólida e num processo gradual.

A edição de 2017 é o culminar deste caminho e a prova disso é o cartaz mais coeso da temporada de festivais de Verão nos Açores. Há tudo o que queremos ver – Capitão Fausto e o seu extraordinário e mais recente álbum, Bonga e os seus ritmos africanos de pé quente, Sensible Soccers e as suas viagens fantásticas e Medeiros/Lucas com a sua música única, sem esquecer os inigualáveis ritmos ricos de Branko.

No final, concertos há muitos mas as experiências autênticas fazem-se esperar. É o que nos resta – esperar por aquele que é um dos últimos, mas mais promissores festivais de Verão de S. Miguel.