Big Red Panda: “Quem não arrisca não petisca”


Os BigRed Panda são Francisco Dantas (bateria), Hugo Quintela (guitarra), Kevin Pires (guitarra), Nuno Silva (baixo) e Pedro Ferreira (guitarra, voz e sintetizadores). Apresentam-se como um conjunto de amigos que se juntaram em 2013 com o objetivo de criar uma banda que reunisse todas as suas influências e gostos musicais similares. Alguns dos coletivos assumidos pela banda que contribuíram para o léxico musical explanado por esta banda de Ponte Lima incluem Pink Floyd, Tool, Tame Impala, Kyuss, Causa Tui ou Red Fang.
Big Red Panda é o título do EP homónimo de estreia deste monstro que se afigura como uma adição de peso e qualidade à música feita em Portugal.
Pelas influências citadas é fácil perceber que a banda não tem receio em arriscar, o que é de salutar.
É, de facto, impressionante a solidez demonstrada e o fio condutor criado partindo de estilos que podiam, à primeira vista, suscitar algumas sobrancelhas franzidas.
Como se isso não bastasse, temos a impressão de estar em plena sala de ensaios ao longo dos cerca de 50 minutos de duração do EP.
Tudo parece ser uma grande ‘jam session’ gravada ‘in-loco’ num ambiente descontraído mas nem por isso menos competente, muito pelo contrário.
Em BigRed Panda temos um conjunto de temas de qualidade inquestionável e capazes de nos agarrar até ao fim do disco. Temos aqui um pouco de tudo. Desde o melodioso e atmosférico “Backbone”, passando pelos momentos puramente psicadélicos de “Still Moment” ou “Brain Mapping”, o groove presente em “Miles Davis” e “Alligator” ou o experimentalismo patente em “Centopide” e “Wavering”, há muito para explorar e assimilar.
Não é de todo errado afirmar que os californianos Kyuss fazem-se ouvir ao longo de todos os temas, imprimindo, assim, o selo stoner rock ao álbum. Contudo, o art-rock de uns Tool, as melodias de uns PinkFloyd ou o progressismo de uns Mars Volta são evidentes em várias alturas do disco.
É, igualmente, de salientar a matriz claramente instrumental evidenciada no disco onde as vozes surgem em apenas um par de temas, o que é natural num álbum claramente experimental.
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