Acabam de se estrear com um disco em nome próprio, mas o rumo estava já traçado desde o ano passado, quando os Bússola se dão a conhecer ao mundo, com o tema “Come Home” a ser incluído nas colectâneas “Novos Talentos FNAC” e “Leiria Calling”.

“Bússola”, o EP de estreia com o mesmo nome da banda – que, apesar do nome português, escolheu a língua inglesa para se expressar – anuncia a chegada do Outuno, com os dias frios, de céu cinzento, quando lamenta amores perdidos, mas deixa o sol espreitar, para aquecer e confortar a alma, com crescendos musicais carregados de emoção e esperança.

Num folk de grande qualidade, as cordas de aço da guitarra acústica seguram as canções e apontam o caminho, mas é o acordeão que dá autenticidade e um carácter especial à música dos Bússola. O contra-baixo dá profundidade e reforça o som predominantemente acústico da banda.

Destaque para “One way ride”, com um bonito refrão capaz de se agarrar ao cérebro e fazer-se ouvir ao longo de horas, repetidamente. Aliás, todo o álbum é de muito fácil audição, com melodias simples e agradáveis. Bússola – o disco – é a prova que, por vezes, ‘menos é mesmo mais’: a banda apostou numa estreia com apenas cinco temas, e acabou por garantir um trabalho muito equilibrado, com um nível de qualidade elevado, que pode fazer a banda olhar para o futuro com confiança.

O único aspecto menos positivo do disco talvez sejam os pequenos deslizes de Pedro Santo na voz, com uma ou outra nota ligeiramente ao lado – apesar do seu excelente timbre – e com alguns exageros interpretativos. Mas isso já é uma questão muito subjectiva.

Depois de ter passado por várias bandas e vários estilos musicais, desde os 16 anos, Pedro Santo, figura central dos Bússola, parece ter encontrado o rumo que quer traçar na sua carreira musical.

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Pode ouvir o EP na íntegra no Spotify e o trabalho já está à venda através do Itunes.