Capicua é a nova coqueluche do movimento hip-hop nacional


“Tripeira” de gema, Capicua é alter-ego de Ana Matos Fernandes, e é a nova coqueluche do hip-hop nacional. Apesar de estar inserida no movimento desde meados dos anos 90, apenas em 2012 realizou o sonho de editar um álbum.

Com o carimbo da Optimus Discos, o álbum, homónimo, foi uma lufada de ar fresco no hip-hop nacional. Há já muito tempo que não surgia algo assim, fresco e intimista. As suas músicas transmitem muitas das suas vivências ao longo dos anos.

Apesar de o hip-hop ser um meio predominado por homens, Capicua rapidamente conquistou os amantes do movimento, e conseguiu mesmo chamar a atenção dos “reis” do movimento. Nomes como Sam The Kid e Nelassassin colaboraram com Ana Matos Fernandes, emprestando beats e voz para o seu álbum de estreia.

O disco de estreia soube a pouco, e em 2014 Capicua edita o seu segundo longa duração com o nome “Sereia Louca”, que conta com colaborações de DJ Ride, Stereossauro, Gisela João e Aline Frazão. Este foi o “desafio do segundo álbum”. Desafio que não podia ter corrido melhor. Com letras assombrosas e beats arrebatadores, o disco foi a confirmação de que Capicua não é apenas mais uma a lutar por um lugar ao sol.

Prova disto é o facto de o tema “Vayorken” já rodar há vários meses na rádio, algo que não acontecia no movimento há já algum tempo. Apesar de “Vayorken” ser o tema mais bem recebido por parte do público, esta não será a faixa mais representativa do disco, uma vez que é um trabalho bem mais sombrio que o primeiro.

Nota de destaque para o tema “Mulher do Cacilheiro”, uma das letras mais bem conseguidas de que há memória no Rap em Portugal e que nos leva a pensar em como este mundo é injusto, e que há sempre quem esteja pior que nós.

 

Fotografia @ Miguel Refresco

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