Cristóvam em digressão internacional com “Hopes and Dreams”


Embora o local onde um artista nasce seja irrelevante para avaliar a qualidade da sua música, não é irrelevante para avaliar o seu alcance. Sabemos bem que, aqui no meio do Atlântico, depois da garagem, de alguns bares e de meia dúzia de festivais, vem um passo de gigante: sair do arquipélago e entrar num mundo com muitas oportunidades, mas também com muita concorrência.

Cristóvam, músico terceirense que acaba de editar o seu álbum de estreia, “Hopes and Dreams”, deu este salto e está numa digressão que já passou por cinco países europeus – a abrir os concertos do australiano Stu Larsen – e já tem o regresso à estrada europeia marcado para janeiro. Pelo meio há concertos nos Açores e no continente.

“Hopes and Dreams” é um disco de qualidade assinalável, que pode dar a volta ao mundo, porque soa como os melhores discos que se fazem dentro do género, porque tem conteúdo, porque tem alma, e porque está bem escrito e bem produzido. Isto tudo, com uma edição independente – o que, em princípio, significa, entre outras coisas, não ter financiamento garantido para a gravação e não ter uma máquina oleada para a promoção do álbum. Significa ter que bater a muitas portas. Mas as portas estão a abrir-se, e isso deve ser motivo de orgulho para Cristóvam e deve servir de incentivo a todos os músicos que têm ‘sonhos’ e ‘esperança’. Afinal, o disco também conta a história desta luta.

Aliás, o Bandcamp de Cristóvam – onde se pode ouvir, e comprar, “Hopes and Dreams” – assume que o álbum é “o mais pessoal e agarrado aos ossos do autor que uma obra de arte pode ser”.

A primeira canção que Cristóvam deu ao mundo falava em “apenas mais uma caminhada à chuva” (“Walk in the Rain”), mas isso acabou, “Hopes and Dreams” está a criar o seu ‘lugar ao sol’.


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