Festival no Jardim António Borges foi aposta ganha


No passado fim-de-semana, São Miguel acolheu mais uma iniciativa que tem todas as condições para passar a fazer parte do calendário cultural de Ponta Delgada. O local é idílico – o Jardim António Borges – o conceito é inovador, com barraquinhas de artesanato e cinema ao ar livre, e a música é agradável e, para já, vamos usar o termo, “alternativa”!

Estive presente apenas na sexta-feira no Jardim Sagres Fest, mas foi o suficiente para tirar as medidas e encher a vista (e os ouvidos, lá está).

Com a abertura às 18h00, estava praticamente aberto o convite às famílias para um final de tarde com artesanato, cinema e comida. Aliás, as pessoas foram mesmo incentivadas a levarem a “mantinha” para estender na relva. O recinto estava bem projetado, de modo a extrair o máximo possível da beleza do próprio jardim. O espaço estava bem organizado, promovendo a circulação do público entre os diferentes pontos de interesse.

Havia dois palcos. Um deles, muito bem situado, enquadrado com a paisagem a fornecer a banda sonora para um ambiente ‘chill out’, como que para recarregar as baterias para os concertos no palco “principal”.

Os concertos começaram – não sendo à tabela – relativamente dentro dos horários. E que melhor maneira de começar do que com Sara Cruz. A jovem açoriana já deixou de ser uma surpresa, uma revelação, para ser um valor firmado. Mostrou-o mais uma vez, e continuará a mostrar certamente. É pena que o público ainda estivesse um pouco tímido aquando da sua actuação, deixando um vazio em frente ao palco. Quem perdeu foi o público, pois Sara Cruz teve uma excelente actuação, em que mostrou créditos também como compositora, já que apresentou alguns originais.

Depois foi a vez de PZ. Reconheço que estava céptico. Verdade seja dita: PZ vive muito do brilhantismo dos seus vídeos. “Como será ao vivo?”, pensei eu. Bem, para começar com o seu pijama imprescindível e com músicos de apoio, que eu não esperava. Por essa altura o recinto encontrava-se bem mais composto, e foi uma actuação agradável, com direito a distribuição de dinheiro (notas de PZs) pelo público. Faltaram os “croquetes”!

Usando a expressão cunhada pela própria organização na sua página de Facebook, o Jardim Sagres Fest foi, sem dúvida, um “Evento Urbano Cool”.

 

Oferta de ‘street food’ pode melhorar

O aspecto a melhorar em futuras edições é, na minha opinião, a ‘street food’. Havia claramente pouca oferta para muita procura, e a certa altura os ‘Kebabs’ eram servidos em tortilha. Será que é isso a que chamam comida de fusão?! Uma vez que foi publicitado exatamente com estes termos: ‘street food’, deveria haver, pelo menos, mais duas barraquinhas de comida. E, de preferência, ‘street world food’, para dar um aspecto multicultural à cena, que, no fundo, é o que as pessoas esperavam (e a afluência aos ‘Kebabs’ comprova).

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Fotografia © Joana Camilo

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